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Haddad quer pagar quem trocar carro ou ônibus por bicicleta

Gestão Fernando Haddad quer montar plano para pagar quem trocar o carro ou ônibus pela bicicleta em São Paulo


	Haddad anda de bicicleta: ideia é que usuários acumulem créditos ao usar a bike e possam trocá-los por dinheiro ou produtos
 (Fernando Pereira/Secom)

Haddad anda de bicicleta: ideia é que usuários acumulem créditos ao usar a bike e possam trocá-los por dinheiro ou produtos (Fernando Pereira/Secom)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2016 às 08h12.

São Paulo - A gestão Fernando Haddad (PT) planeja recompensar financeiramente o paulistano que trocar o carro ou o ônibus pela bicicleta, por meio da criação do bilhete mobilidade, que substituirá o atual bilhete único.

Segundo a Prefeitura, quem fizer parte do percurso diário de bike passará a acumular créditos. Eles serão calculados de acordo com a distância, o local e o horário percorridos, e poderão ser resgatados em dinheiro ou consumidos em uma rede credenciada de serviços.

A ideia é estimular o uso da bicicleta como meio de locomoção até o trabalho e integrar os diferentes tipos de modais. Para isso, a Prefeitura promete dar "descontos" na passagem de ônibus, na viagem de táxi ou nos percursos realizados em carros compartilhados, como o Uber.

Todos passariam a aceitar os créditos acumulados pelos ciclistas, assim como estabelecimentos credenciados, como em um programa de milhagem.

Também está previsto o resgate em dinheiro de créditos, a exemplo da Nota Fiscal Paulista. Se essa for a opção, o reembolso deverá ser liberado a cada quatro meses ou duas vezes ao ano, em conta bancária.

Segundo prevê o projeto, desenvolvido em parceria com o vereador José Police Neto (PSD), a verba para o pagamento dos ciclistas sairia do montante repassado às empresas de ônibus como subsídio - por ano, são cerca de R$ 2 bilhões.

O valor é necessário porque a tarifa, hoje de R$ 3,80, não cobre todos os custos do sistema. De acordo com a empresa que presta o serviço e a quantidade de viagens dentro de três horas (período do bilhete único), esse valor pode alcançar até R$ 5.

"Subsídio não deve ser repassado apenas para o transporte coletivo. Temos de mudar essa lógica e usar melhor esse dinheiro. Ao incentivar o uso da bicicleta, tiram-se carros das ruas e passageiros dos ônibus superlotados", afirma Police Neto.

O projeto de lei proposto originalmente por ele já foi aprovado em primeira discussão e, com o apoio da gestão Haddad, deve ter o aval definitivo da Câmara Municipal até o fim do ano. A previsão é de adotar o bilhete mobilidade já em 2017.

Valores

Os valores dos créditos não estão definidos. Mas, segundo a SP Negócios, empresa municipal responsável pela implementação , deverão ser calculados de modo a atrair o paulistano no horário de pico.

"É quando os ônibus já são muito explorados, então, faz mais sentido fazermos um incentivo mais forte nesse período", diz o diretor-presidente, Rodrigo Pirajá. "Dessa forma, racionalizamos mais o transporte como um todo, com base no uso de vários modais."

Subsecretário do Tesouro Municipal, Luiz Felipe Vidal Arellano reforça que o valor dos créditos deve ser suficiente para estimular as pessoas a andar de bicicleta.

"Se for muito baixo ninguém se sentirá incentivado a aderir, mas, por outro lado, não pode representar uma elevação dos gastos da Prefeitura", diz, referindo-se ao custo dos subsídios.

Formatos semelhantes já funcionam em outras cidades do mundo. Em Paris, por exemplo, o ciclista recebe cerca de R$ 0,90 (¤0,25) por quilômetro rodado.

"Em São Paulo, acho que oferecer de R$ 4 a R$ 8 por dia em créditos resolveria. Esse seria um valor significativo para atrair e para ajudar a bancar a manutenção da bicicleta, o seguro, os equipamentos. Quem aceita o desafio de ajudar a cidade deve ser reconhecido e recompensado", diz Police Neto.

Aplicativos

Para participar do programa, o ciclista deverá adquirir o bilhete mobilidade (ou continuar usando seu bilhete único) e baixar um aplicativo indicado pela Prefeitura.

A checagem do percurso feito pelo ciclista poderá ser feita com a ajuda da tecnologia, via celular, ou mesmo por meio de pontos de medições - em terminais, estações de metrô ou de aluguel de bicicleta.

O foco será o trabalhador, que tem 6% de seu salário descontado para o complemento do transporte - o restante é pago pelo empregador.

A estimativa é de que o modelo de créditos seja vantajoso para quem recebe até R$ 3 mil mensais. Acima disso, o reembolso em créditos não compensará o desconto na folha salarial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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