Brasil

Haddad: Guedes sinalizou que não tomará decisões 'que impactem o próximo governo'

Questionado sobre a possibilidade de aumento dos impostos a partir de janeiro, Haddad disse que é uma preocupação, mas que não são necessárias medidas feitas de forma açodada

Fernando Haddad. (Andressa Anholete/Bloomberg/Getty Images)

Fernando Haddad. (Andressa Anholete/Bloomberg/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de dezembro de 2022 às 06h37.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 27, que solicitou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que a equipe do atual governo se abstenha de tomar quaisquer medidas nos próximos dias que impacte o futuro governo. Segundo ele, Guedes sinalizou que irá fazer a recomendação para que o pleito seja atendido. "A resposta foi: vamos nos abster de tomar decisões que impactem o próximo governo", disse.

Mais cedo, a assessoria da equipe econômica informou que Haddad pediu à equipe de Jair Bolsonaro que não prorrogue a desoneração de impostos cobrados sobre combustíveis, a partir de um desejo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O futuro ministro explicou que o pedido feito a Guedes foi genérico, para que não haja medidas que impactem o futuro governo, assim, a nova gestão poderá ter tempo para avaliar.

"O pedido que fiz ao ministro Paulo Guedes, por telefone, foi que eu e o presidente Lula entendemos que o governo atual deveria se abster de medidas que fossem impactar o custo dos acontecimento para o futuro", disse. "Ele respondeu afirmativamente, que, nesta semana, ia recomendar que a equipe não tomasse nenhuma medida que impactasse o futuro", disse.

Ao longo do dia circulou informações de que a isenção determinada pelo governo de Jair Bolsonaro poderia ser mantida por pelo menos 30 dias. A princípio, a medida terá validade até 31 de dezembro.

Questionado sobre a possibilidade de aumento dos impostos a partir de janeiro, Haddad disse que é uma preocupação, mas que não são necessárias medidas feitas de forma açodada. "Vamos aguardar a nomeação do presidente da Petrobras, temos a expectativa em relação a muitas variáveis que impactam essa decisão: a trajetória do dólar, a trajetória do preço internacional do petróleo, uma série de coisas que vão acontecer. Então, para não tomar decisão açodada, o governo atual se abstém e a gente com calma avalia."

Rombo

Haddad afirmou nesta noite que, no início do próximo ano, a futura gestão irá apresentar um plano para cobrir o rombo nas contas públicas. "Nos primeiros dias de janeiro, nós vamos apresentar nosso plano para cobrir o rombo que foi aberto em 2022 nas contas públicas. Tivemos aí um cenário do meio do ano pra cá muito preocupante, que tem que ser enfrentado e vamos enfrentar a partir de janeiro."

Haddad disse ainda que a proposta legislativa que trata da conta para estabilizar os preços dos combustíveis não está na mira da nova equipe neste momento. "Não estamos com isso em mira agora", disse ao ser questionado por jornalistas.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadGoverno Lula

Mais de Brasil

Linha 3-Vermelha do Metrô de SP tem interferência e Estação Palmeiras-Barra Funda fica lotada

Calor predomina no Centro-Sul e chuvas se intensificam no Nordeste; veja a previsão para terça-feira

Governo de SP pede para Gilmar Mendes derrubar liminar que impede escolas cívico-militares no estado