Fernando Haddad: candidato diz que, se eleito, irá rever aumento de impostos no Estado de São Paulo (Miguel SCHINCARIOL / AFP/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de outubro de 2022 às 11h49.
O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou que, caso seja eleito, irá rever o aumento de impostos feito na gestão do ex-governador João Doria, principalmente sobre setores onde há fuga de empresas para outros Estados. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira (26).
Em uma avaliação sobre o governo Doria, o petista criticou a gestão econômica do ex-tucano durante a pandemia da covid-19. "Acho que ele errou ao aumentar impostos durante a pandemia", disse. "Vou rever o aumento de impostos, sobretudo daqueles setores onde há fuga de empresas de São Paulo para outros Estados. Setor têxtil, calçadista, moveleiro. Vários setores estão saindo de São Paulo porque Doria deu um choque tributário e aumentou os impostos", disse.
Já em relação à vacinação na gestão Doria, Haddad reconheceu os esforços do ex-governador para a entrega de imunizantes contra a covid-19. No tema, o petista aproveitou para criticar seu adversário no segundo turno, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
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"Para o meu adversário, a vacinação é uma questão de liberdade", disse. "E nem o governo é obrigado a fazer campanhas de vacinação porque, na visão dele, é uma forma de se envolver com assunto de foro pessoal", acrescentou. "Vacinação não é um problema pessoal, é um problema coletivo", defendeu. Em críticas ao presidente Bolsonaro durante a pandemia, Haddad enfatizou que São Paulo "é terra da ciência, da tecnologia".
O petista também aproveitou o assunto para criticar o conflito religioso encabeçado pela candidatura de Bolsonaro, citando os ataques de bolsonaristas em Aparecida, no interior do Estado. "Nós temos que evitar essa aventura no Estado mais forte e moderno da Federação."
Fernando Haddad também criticou as propostas de Tarcísio de Freitas sobre o tema da segurança pública no Estado. Para Haddad "o bolsonarismo é um grande risco para a segurança porque significa privatização da segurança, e não publicização".
Na entrevista à Rádio Eldorado, o petista teceu fortes críticas à proposta de Tarcísio que pretende dar ao chefe da Polícia Civil e ao comandante da Polícia Militar status de secretário e, com isso, extinguir a Secretaria da Segurança Pública do Estado. Esse modelo é o mesmo implementado no Rio de Janeiro em 2019, Estado onde o candidato do Republicanos nasceu. Diante da proposta, Haddad enfatiza que seu adversário "não entende nada" e destacou que o Rio de Janeiro não é exemplo de segurança pública.
"Ou a gente reestrutura a Polícia Civil para que ela complemente o trabalho da Polícia Militar, que quando prende em flagrante tem que dar início a uma investigação que chega na organização criminosa, ou nós vamos continuar enxugando gelo", disse o petista, defendendo integração das instituições, além de transparência e apoio.
Haddad comentou sobre o áudio divulgado pela Folha de S.Paulo que mostra que um integrante da campanha do Tarcísio mandando um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio em Paraisópolis, na semana passada, que paralisou a agenda do candidato do Republicanos. "Isso é típico de quem não confia na segurança pública, na transparência, na apuração de crimes", disse, emendando: "Transparência é bom para segurança pública e meu adversário não tem compromisso com a transparência. Isso é um grave risco", alertou.
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