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Haddad critica "possível excesso da força policial"

"Na terça-feira, a imagem que ficou foi a da violência dos manifestantes. Infelizmente hoje (ontem) não resta dúvida de que a imagem que ficou foi a da violência policial", disse


	Haddad afirmou que "há fatos a serem apurados" pela Secretaria da Segurança Pública (SSP)
 (Antonio Cruz/ABr)

Haddad afirmou que "há fatos a serem apurados" pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 15h10.

São Paulo - Após os confrontos da noite de ontem, o prefeito Fernando Haddad (PT) criticou a conduta da Polícia Militar na repressão ao protesto do Movimento Passe Livre (MPL).

"Na terça-feira, a imagem que ficou foi a da violência dos manifestantes. Infelizmente hoje (ontem) não resta dúvida de que a imagem que ficou foi a da violência policial", disse. Haddad afirmou que "há fatos a serem apurados" pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).

"Entendo que o secretário (Fernando) Grella (Vieira), ao abrir um inquérito para a apuração rigorosa dos fatos, agiu corretamente", disse. "É evidente que a imagem que ficou é esta: de um possível excesso da força policial."

Haddad disse que tem mantido contato com Grella Vieira. "Vamos acompanhar a evolução dos eventos, sempre entendendo que o método escolhido (pelos manifestantes) foi o pior possível. Estamos vivendo uma escalada (da violência) que não vai levar a nada. O diálogo levaria a algum lugar", afirmou.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que ontem chegou de Paris onde estava com Haddad para a apresentação da candidatura de São Paulo para sede da Expo 2020, não se manifestou sobre a tática adotada pelos policiais.

A PM também não se posicionou sobre a conduta dos agentes que trabalharam na operação. Pedestres e motoristas que não participavam do protestos foram atingidos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. A PM informou apenas que as denúncias de abusos serão investigadas.


No fim da noite, enquanto a manifestação ainda acontecia, Alckmin usou o Twitter para comentá-la. "Depredação, violência e obstrução de vias públicas não são aceitáveis. O governo de São Paulo não vai tolerar vandalismo", escreveu. O governador aproveitou também para parabenizar Guaratinguetá por seus 383 anos, texto pelo qual foi criticado por usuários na rede social.

Pela manhã, Alckmin manteve suas atividades em Santos, na comemoração dos 250 anos de nascimento de José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência do Brasil. Na ocasião, descartou a redução da tarifa de trens e metrô e voltou a destacar que quem destruir patrimônio "será punido".

Sem chance

Haddad, que passou o dia em reuniões em seu gabinete, no Edifício Matarazzo, de onde pôde observar o início dos protestos, também disse que está fora de cogitação reduzir a passagem na capital. No dia 2 deste mês, as tarifas de ônibus, trem e metrô foram reajustadas de R$ 3 para R$ 3,20.


O prefeito disse que o único sinal que ainda pode dar para o MPL é cumprir os compromissos de campanha, como implementar o bilhete único mensal, criar corredores de ônibus e manter o reajuste das passagens abaixo da inflação. "Houve uma campanha eleitoral e ninguém se manifestou (sobre a tarifa zero). Sempre expressei minha opinião sobre o assunto, me comprometi com reajuste abaixo da inflação."

Racha. A Juventude do PT emitiu nota para pedir a reversão do aumento e que o governo do Estado faça o mesmo em relação às passagens de trem e metrô. O grupo lembrou que em 2011 lutou contra o reajuste promovido por Gilberto Kassab (PSD), de R$ 2,70 para R$ 3. "Não nos furtaremos deste instrumento (manifestação) para demonstrar nossa indignação e cobrar soluções para as mazelas da população", disse a Juventude do PT.

Haddad afirmou que são posições individuais de petistas. "Os indivíduos são livres para expressar sua opinião, independentemente de pertencer a esse ou àquele partido. Uma coisa é a opinião individual, outra é a posição partidária." (Colaboraram Rodrigo Burgarelli e Zuleide de Barros, Especial Para o Estado).

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