Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 19h01.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta terça-feira, 19, a exoneração do subprefeito interino de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, Antonino Grasso, suspeito de envolvimento com a quadrilha acusada de cobrar propina para reduzir impostos na cidade. "Neste caso, já houve várias exonerações e vários processos administrativos, disciplinares, foram abertos. Ele (Grasso) será afastado", afirmou. A exoneração deverá ser publicada nesta quarta-feira, 20, no Diário Oficial da Cidade.
Grasso, mais conhecido como Nino, de acordo com depoimento de uma testemunha mantida sob sigilo pelo Ministério Público Estadual (MPE), pedia favores ao grupo na arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e teria dado dinheiro a um dos auditores suspeitos. Antes de assumir, interinamente, a subprefeitura de Pinheiro, ele era chefe de gabinete nesta repartição indicado pelo PV e também foi secretário da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida na gestão do ex-prefeito e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Além de Nino, outros dois ex-secretários de Kassab (Walter Aluísio Moraes e Sílvio Dias) foram citados nas investigações. De acordo com Haddad, o aparecimento de novos nomes na investigação será tratado com cautela pela Prefeitura de São Paulo. "Vamos proceder com a mesma cautela, afastando dos cargos de confiança e abrindo as sindicâncias para apurar as responsabilidades."
Já com relação às empresas, ele afirmou que a Secretaria de Finanças já possui um calendário para que as companhias sejam chamadas e apresentem a documentação que comprove o recolhimento do tributo devido. "Empresas serão chamadas para apresentar a documentação relacionada, mesmo a empresa que recolheu e pagou por chantagem terá de prestar contas ao Ministério Público (MP). A empresa que não recolheu imposto devido vai ser tratada como inadimplente, o que significa dizer que ela terá de recolher a diferença, acrescida de multa e juros cabíveis", afirmou. "Não haverá nenhum tipo de concessão às empresas", emendou.
Segundo Haddad, ainda não é possível citar quais empresas serão chamadas, pois essa etapa da investigação está sob sigilo. "Mas vamos divulgar todos os dados. As empresas que foram convocadas, depois de diagnosticada a situação, nós iremos a público e vamos expor o nome e a eventual ofensa à legislação", afirmou. O prefeito de São Paulo participou nesta terça-feira do Fórum Sustentabilidade promovido pela revista EXAME, em São Paulo.