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Haddad: Bolsonaro não toma uma medida que traga esperança ao brasileiro

Haddad afirmou que Bolsonaro tem problemas que afetam a vida nacional e que o presidente vive em um mundo paralelo

Haddad: o petista também criticou Witzel durante evento em defesa da educação pública, na Cinelândia (Amanda Perobelli/Reuters)

Haddad: o petista também criticou Witzel durante evento em defesa da educação pública, na Cinelândia (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2019 às 12h48.

Rio - O candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad (PT) disse que o presidente Jair Bolsonaro "vive num mundo paralelo" e que, além de cortes em setores essenciais como educação e saúde, sua "única medida concreta foi o fim do horário de verão". Nesta sexta-feira, 10, Haddad esteve no Rio de Janeiro, onde à noite participou de um evento em defesa da educação pública, na Cinelândia (região central).

"Bolsonaro não toma uma única medida que traga alguma esperança ao povo brasileiro. A única medida concreta que ele anunciou até agora foi o fim do horário de verão. O resto é aumento de diesel, aumento da gasolina, corte da Previdência, corte da educação, corte da saúde", afirmou Haddad.

"O presidente só faz agradar a bandeira e o presidente norte-americano, em vez de prestar contas do que pretende fazer com nosso país", criticou o petista. "Bolsonaro tem problemas graves, e não falo dos problemas pessoais e familiares, falo dos problemas que afetam a vida nacional. Ele tem problemas filosóficos, sociológicos e psicológicos. Ele vive num mundo paralelo. Aquele astrólogo manda mensagens para ele e é de lá que o país está sendo governado", disse, referindo-se a Olavo de Carvalho, que mora nos Estados Unidos.

O ato teve a participação de vários outros políticos de esquerda, como os deputados federais Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ). Ao discursar, todos eles ressaltaram que na próxima quarta-feira, 15, está planejada uma greve nacional de educação, organizada por diversas entidades ligadas ao tema.

"Bolsonaro disse hoje que semana que vem vai ter um tsunami no governo dele. Não sei a que ele se refere. Ele não estava se referindo à educação, mas o maior tsunami que ele vai sofrer no governo é o da educação. Enquanto ele não devolver para o MEC cada centavo que ele tirou na semana passada, não vamos sair das ruas. Os estudantes sabem o que está em jogo", criticou Haddad, referindo-se aos cortes anunciados pelo Ministério da Educação nas verbas destinadas principalmente às universidades. "No dia 15 vamos à rua gritar 'tire as patas da educação, Bolsonaro'", completou o petista.

Witzel é alvo de críticas

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), também foi alvo de muitas críticas dos políticos que discursaram, como o deputado Freixo: "Witzel, você é um covarde. Você estava naquela cena patética em que rasgaram a placa da Marielle, uma das cenas mais racistas e covardes que o Rio de Janeiro já viu. Agora você ameaça cassar uma das sementes da Marielle. Você não vai conseguir cassar o mandato da Renata Souza", disse Freixo, referindo-se à apresentação de um pedido de cassação da deputada estadual Renata Souza (PSOL), que denunciou Witzel à Organização das Nações Unidas (ONU) por conta de sua política de segurança.

"Você é muito valente caçando de cima de um helicóptero, atirando em gente pobre que está embaixo. Não é dessa valentia que o Rio de Janeiro está precisando. A gente queria ver sua valentia para enfrentar as milícias, que você não tem coragem de enfrentar", continuou Freixo.

A reportagem procurou a assessoria de Witzel, na noite desta sexta-feira, para que se pronunciasse sobre as afirmações de Freixo, mas não conseguiu contato até a publicação deste texto.

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