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Haddad quer adensar SP onde há transporte público

O principal objetivo do novo Plano Diretor da Prefeitura é o de melhorar a mobilidade urbana através da reorganização da cidade


	Trânsito na marginal Pinheiros, em São Paulo: novo Plano Diretor quer privilegiar o transporte público
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trânsito na marginal Pinheiros, em São Paulo: novo Plano Diretor quer privilegiar o transporte público (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 13h07.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou na manhã desta segunda-feira as propostas para o novo Plano Diretor da cidade, que norteará o desenvolvimento urbano pelos próximos anos. A ideia central é melhorar a mobilidade urbana adensando áreas que contam com oferta de transporte público, aproximando as ofertas de emprego das de moradia. 

O novo projeto poderá receber contribuições pelos próximos 20 dias e depois será enviado aos vereadores para votação.

Seguindo essa diretriz, o plano propõe a reestruturação da cidade através dos “eixos de mobilidade”. Isto é, a ideia é aumentar o potencial de aproveitamento, tanto na oferta de moradias como na de emprego, de onde já tem estrutura de transporte público de média e alta capacidade (metrô, trem e corredores de ônibus).  

“Nós queremos as pessoas morando perto dos eixos de mobilidade, garantindo que mais gente vá ter menos vontade de ter carro. Para compensar esse adensamento populacional nesses perímetros, os bairros fora dessas regiões terão menos gente, ficarão mais tranquilos para quem tiver uma outra perspectiva de vida e quiser usar o seu transporte individual”, explicou Haddad.

Além disso, a proposta indica também que sejam definidas diretrizes para construções dos empreendimentos nessas áreas, incluindo melhorias na relação no nível térreo dos prédios com o espaço público, uma melhor relação com a paisagem urbana e - talvez um dos pontos mais polêmicos - controle do porte dos empreendimentos e do número de vagas de estacionamento conforme a localização.

A ideia é inverter a lógica. Hoje, há um limite mínimo de vagas a serem oferecidas nos novos empreendimentos, com o novo Plano, será estabelecido um limite máximo, garantindo que cada apartamento tenha uma vaga mas ao mesmo tempo se adequando à mudança de paradigma que privilegia o coletivo sobre o individual.


Em sua apresentação, o secretário de Desenvolvimento Urbano da cidade de São Paulo, Fernando de Mello Franco chegou a citar uma cena da novela  da TV Globo "Sangue Bom", ambientada em São Paulo, em que a personagem de Malu Mader recusa uma carona "porque pelo corredor de ônibus vai mais rápido".

"Na hora que a Globo já está colocando na novela, podemos ver uma mudança no que a população está querendo", explicou Mello. 

O Plano traça objetivos ainda para melhorias no transporte público - grande demanda das manifestações que tomaram a cidade em junho -, redução dos impactos da construção de empreendimentos, ampliação no acesso para a produção habitacional de interesse social e melhoria nas condições de vida nas favelas. 

Processo

A elaboração do novo Plano Diretor da cidade é dividida em quatro etapas: Avaliação Temática Participativa, Oficinas Públicas para Levantamento de Propostas e Contribuições, Sistematização das Propostas e Contribuições Recebidas e Devolutiva e Discussões Públicas da Minuta do Projeto de Lei. Nesta segunda, entra-se na quarta etapa, composta por devolutivas e discussões públicas da proposta de Minuta de Projeto de Lei. 

A participação é aberta a toda a população. Basta acompanhar a agenda das atividades no site dedicado à gestão urbana ou participar através da Minuta Participativa, um texto aberto para contribuir com comentários antes da consolidação final e encaminhamento para a Câmara no início de setembro. Segundo a prefeitura, a ferramenta online estará disponível a partir desta semana.

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