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Haddad afirma que FMI terá de ‘rever para melhor’ projeção de crescimento do Brasil

A previsão para o PIB brasileiro deste ano é 0,5 ponto percentual a mais que o revelado pelo Fundo em janeiro

Haddad: ministro comenta sobre a alta do dólar em Washington (Andressa Anholete/Getty Images)

Haddad: ministro comenta sobre a alta do dólar em Washington (Andressa Anholete/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 16 de abril de 2024 às 16h02.

Última atualização em 16 de abril de 2024 às 16h12.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, em Washington, que a projeção do governo para o crescimento do PIB é melhor que a divulgada mais cedo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O FMI divulgou que estima que a economia brasileira crescerá 2,2% neste ano e 2,1% em 2025.

A previsão para o PIB brasileiro deste ano é 0,5 ponto percentual a mais que o revelado pelo Fundo em janeiro. Já a previsão para o próximo ano foi elevada em 0,2 ponto percentual entre os prognósticos de janeiro e o atual.

As projeções do FMI estão maiores que as do boletim Focus, coletadas semanalmente pelo Banco Central junto a agentes financeiros, que preveem alta do PIB de 1,95% neste ano e de 2% em 2025.

"Nós também projetamos um crescimento menor do que o ano passado em razão da safra", afirmou Haddad, que completou:

"Nós continuamos projetando 2,2%, embora os indicadores de atividade estejam aquecidos. Estamos recebendo boas notícias da ponta, tanto do ponto de vista de arrecadação quanto do ponto de vista de produção e venda, sobretudo o crédito está aumentando no Brasil. Mas nós vamos ser parcimoniosos, vamos continuar mantendo a nossa expectativa de 2,2%, mas com um pequeno viés de alta no nosso caso".

Revisão dos dados do FMI

O ministro completou dizendo que espera que o FMI também reveja novamente os dados do Brasil:

"Eu acredito que o FMI vai ser obrigado a rever para melhor. Vamos também acompanhar o que acontece na economia global, porque nós dependemos disso também".

Fernando Haddad chegou nesta terça-feira em Washington para participar das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial. Hoje, o ministro participa de um evento sobre Finanças Sustentáveis, no Brazil Institute do Wilson Center, e de um debate com Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre investimentos no Brasil e na América Latina, na U.S. Chamber of Commerce, quando deverá dar uma entrevista à imprensa.

Alta do dólar

Haddad afirmou em Washington que notícias externas explicam “dois terços” do que está ocorrendo no câmbio no Brasil. Hoje, a cotação do dólar alcançou R$ 5,27. A alta coincide com a nova meta fiscal do governo, que agora prevê resultado zero em 2025, ante previsão de superávit de 0,5% do PIB.

"Hoje, de acordo com último dado que eu recebi, nos últimos minutos, o México está sofrendo mais que o Brasil, o peso mexicano está sofrendo mais que o real brasileiro em virtude do fato que está reprecificando tudo, a Indonésia também", afirmou Haddad.

De acordo com o ministro, entre os fatores que afetam a cotação do dólar estão dados que indicam atividade econômica aquecida no Brasil, dados da inflação americana “que ainda não foi totalmente digerida” e a escalada do conflito no Oriente Médio, com impacto na cotação do petróleo.

Para Haddad, a alta do dólar no Brasil também decorre, em parte, de uma turbulência causada pela divulgação de uma nova previsão para a meta fiscal. "É preciso 'explicar melhor', ao longo do tempo, o que vai acontecer com as contas públicas brasileiras", disse.

O ministro afirmou que a nova meta é realista e embute um aprendizado do governo nos últimos meses. Ele destaca, porém, que essa nova meta está em linha com a de longo prazo de estabilizar a dívida pública.

Haddad também minimizou as fortes oscilações do mercado financeiro esta semana. "Está tendo turbulência esta semana, e não é a primeira que o Brasil passa. No governo anterior, o dólar bateu R$ 6", disse.

O ministro Fernando Haddad chegou nesta terça-feira a Washington para participar das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial. Hoje, Haddad participa de um evento sobre Finanças Sustentáveis no Brazil Institute do Wilson Center e de um debate com Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre investimentos no Brasil e na América Latina na U.S. Chamber of Commerce, quando deverá dar uma entrevista à imprensa.

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