Haddad: o prefeito voltou a sair em defesa do secretário de Governo, Antonio Donato, repetindo afirmação de que ele não teve comportamento suspeito durante os preparativos da operação (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2013 às 13h50.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse ontem, 5, em entrevista à rádio CBN, que é preciso ter "muita atenção com tudo o que for dito daqui para frente" com base nas escutas telefônicas da Operação Acerto de Contas. Para ele, a citação do secretário de governo, Antonio Donato, pode ser uma tentativa organizada dos investigados de desviar o foco das investigações.
"Essa quadrilha estava sob pressão intensa das investigações, e é evidente que eles vão querer agora atrapalhar e tirar o foco do Ministério Público daquilo que é relevante. Esse pessoal, no mínimo, juntou R$ 80 milhões em patrimônio, então estamos falando de uma quadrilha profissional", disse o prefeito.
Haddad lembrou que o ex-prefeito da cidade Gilberto Kassab (PSD) também foi citado nas escutas, embora não tenha aparecido, até aqui, prova nenhuma ligando-o diretamente ao esquema, que funcionou durante sua gestão.
"Tem coisas que a gente já sabe que são falsas. Tem uma escuta em que um deles fala que a sala que eles utilizavam era do prefeito Kassab. Nós investigamos e descobrimos que isso não era verdade. Mas existe uma escuta dizendo que é", afirmou.
O prefeito afirmou também que, desde a criação da Controladoria, o órgão já achou irregularidades nas Secretarias de Finanças, de Coordenação das Subprefeituras, do Verde e do Meio Ambiente e do Trabalho.
Donato
A bancada do PSDB na Câmara Municipal, que segunda-feira, 4, havia começado um movimento de coleta de assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, recuou ontem. A oposição optou por esperar os desdobramentos da investigação. São necessárias 19 assinaturas (dentre os 55 vereadores).
O prefeito voltou a sair em defesa do secretário de Governo, Antonio Donato, repetindo afirmação de que ele não teve comportamento suspeito durante os preparativos da operação - que ele sabia desde março e ajudou a viabilizar - a partir do mês de março.