Despesas com a casa, taxas e impostos são as que mais pesam no orçamento (Mais Dinheiro/Abril)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 14h10.
Os brasileiros de todas as classes sociais estão consumindo mais. De acordo com o IPC Maps 2011, o consumo dos brasileiros deve chegar a 2,452 trilhões de reais, um crescimento superior a 250 bilhões de reais quando comparado a 2010 (cerca de 2,2 trilhões). Desse gasto, 26,4% corresponde a despesas relacionadas à moradia.
O estudo aponta que os brasileiros gastam seu dinheiro, principalmente, com ítens básicos. A manutenção do lar, que incorpora despesas com aluguéis, impostos e taxas, luz-água-gás correspondem a 26,4% do total. Em seguida vêm os gastos com alimentos e bebidas (17,1%), higiene/cosméticos e saúde (8,0%), transportes/veículos (7,5%), vestuário e calçados (4,7%), seguidos de recreação e viagens (3,4%), educação (2,4%), eletrônicos-equipamentos (2,2%), móveis e artigos do lar (1,8%), e fumo (0,5%).
O viés do consumidor mostra que a sociedade economicamente ativa brasileira conta atualmente com 89,7 milhões de pessoas - exatos 46,5%, na faixa etária dos 20 aos 49 anos -, e que outros 20,5% (39,6 milhões) já estão com 50 anos ou mais. A população de jovens e adolescentes vem em seguida, com uma população de 34,6 milhões de pessoas na faixa etária de 10 a 19 anos. A população infantil, compreendida pelas faixas etárias de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos é a menos populosa, evidenciando o envelhecimento gradativo da população brasileira. Nestas 2 faixas etárias teremos 29,1 milhões de crianças em 2011, correspondente a 15,1% da população estimada para 2011.
Classe C
De acordo com o IPC Maps de 2011, mesmo segmentada, a classe C (C1 e C2) tem potencialidade evidente de consumo ao concentrar o maior contingente de domicílios urbanos: são mais de 24 milhões, ou seja, 49,3% dos domicílios brasileiros, respondendo por 29,6% de tudo que será consumido no País. Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, calcula que a classe C vai absorver um valor próximo de 690 bilhões de reais do consumo nacional, elevando o seu poder de compra em 19%, em relação a 2010, quando essa cifra era de 579,7 bilhões de reais.
Mais de R$ 1 tri, na classe média
A classe média teve um crescimento significativo de 2010 para 2011, da ordem de 20%, superando o patamar de 1 trilhão de reais de consumo puxados pelas classes B2 - com cerca de 592,5 bilhões de reais - e C1 (cerca de 440,4 bilhões de reais). Responde por 44,3% do total previsto para o País, em 2011, percentual significativamente superior a demanda de 2010, quando a participação foi de 41,4%. Já as classes A1, A2 e B1 (topo da pirâmide social) disputarão o poder de compra com a classe média com outros 929,4 bilhões de reais, ou seja, 39,9%.
Interiorização e consumo das regiões Sul e Centro-Oeste
O IPC Maps aponta perda de potencial de consumo entre as 27 capitais quando comparado a 2010, revelando uma tendência à descentralização do consumo para o interior. A participação das capitais será de 32,7% em 2011, ante os 34,5% registrados em 2010. Em valor, a participação das 27 capitais brasileiras será equivalente a 802,8 bilhões de reais.
A região Sudeste mantém a liderança, apesar de ter sido a única a ter perda de participação no consumo nacional entre 2010 e 2011. O Sudeste projeta uma participação de 52,2% em 2011. Registrou 52,7%, em 2010.
Em todas as outras regiões verifica-se leve aumento de participação, sendo as do Sul e Centro-Oeste que mais aumentaram suas presenças - o Sul fica com 16,6% (contra os 16,5, em 2010) e o Centro-Oeste marca 7,9% ante os 7,7% apresentados no ano passado. A região Norte deve participar com 5,4% (em 2010, marcava 5,3%).
No ranking, a região Nordeste continua na 2a posição, a frente da região Sul e atrás da região Sudeste, tradicionalmente a primeira colocada neste ranking.