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Há mais a ser revelado, dizem peritos sobre sistemas da Odebrecht

A perícia da PF realizada sobre os sistemas do departamento de propinas da Odebrecht "reflete recuperação parcial da base de dados" da empreiteira

Odebrecht: "Este parece ser um primeiro laudo de uma espécie de 'caixa de pandora'" (Mariana Bazo/Reuters)

Odebrecht: "Este parece ser um primeiro laudo de uma espécie de 'caixa de pandora'" (Mariana Bazo/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 21h33.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, afirmou, por meio de nota, nesta sexta-feira, 23, que a perícia da PF realizada sobre os sistemas do departamento de propinas da Odebrecht "reflete recuperação parcial da base de dados" da empreiteira, "permitindo saber que ainda há muito mais dados a serem revelados".

"Este parece ser um primeiro laudo de uma espécie de 'caixa de pandora' que, por muito tempo, não ficou acessível à perícia criminal. Isso atrasou as descobertas, uma vez que há cerca de um ano o obrigatório encaminhamento à perícia oficial não vinha sendo feito", diz.

A Polícia Federal entregou às 14h46 desta sexta-feira, 23, a perícia sobre os sistemas de propina da Odebrecht. A análise havia sido determinada pelo juiz federal Sérgio Moro em ação penal sobre supostas propinas da empreiteira para o ex-presidente Lula.

Foram verificados 11 discos rígidos e dois pendrives. Ao juiz Moro, a PF afirmou que "foram identificados 842 arquivos, de um total de 1.912.667 arquivos, correspondendo a 0,043%, que apresentam não conformidades". A perícia achou 607 divergências nos discos 1 e 4, um total de 230 nos discos 5 a 9 e outras cinco nos discos 10, 11 e no pendrive 01.

Para o presidente da Associação, graças ao trabalho dos peritos da PF, foi possível "identificar que a empresa destruiu provas após a prisão de Marcelo Odebrecht, em 2015, e que também omitiu algumas evidências".

"Mais do que prova pericial, o laudo entregue hoje amplia a construção do conhecimento científico forense e abre perspectivas inéditas para a afirmação da Justiça brasileira sobre bases sólidas e proficientes.", afirma Marcos Camargo.

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