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Há guerra entre facções no país, reconhece secretário de SP

Segundo Lourival Gomes, o conflito é pela rota de tráfico de drogas conhecida como Solimões, na fronteira com a Colômbia e o Peru

Rebeliões: a secretaria vem fazendo um trabalho preventivo para mapear os tipos de presos e separá-los de acordo com suas organizações criminosas (Reuters)

Rebeliões: a secretaria vem fazendo um trabalho preventivo para mapear os tipos de presos e separá-los de acordo com suas organizações criminosas (Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 16h23.

São Paulo - O secretário estadual de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, reconheceu nesta segunda-feira, 9, que o País vive uma guerra entre as duas principais facções, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que atuam dentro e fora de presídios.

Segundo ele, o conflito é pela rota de tráfico de drogas conhecida como Solimões, na fronteira com a Colômbia e o Peru.

Gomes negou que São Paulo esteja em estado de alerta e disse que não é possível comparar os episódios que aconteceram no Norte do País com a situação paulista.

Os acontecimentos no resto do País são monitorados. No entanto, o secretário admitiu que São Paulo não está livre de motins. Mas frisou que, no momento, não há nenhum conflito entre facções no radar da secretaria.

Ele também negou que a secretaria tenha expedido um comunicado interno para alertar sobre possível risco de ocorrência grave nos presídios estaduais.

O secretário explicou que, desde outubro, a secretaria vem fazendo um trabalho preventivo, mapeando os tipos de presos e procurando separá-los de acordo com seus perfis, delitos praticados e seus grupos criminosos, para impedir que massacres como os observados em Amazonas e Roraima aconteçam.

Ele citou, por exemplo, a transferência de seis presos de facções distintas do PCC, o grupo criminoso majoritário no Estado, do Presídio de Cerqueira César na última sexta-feira. Gomes ainda frisou que essa ação não responde aos episódios no Norte do País.

"Você não pode, em hipótese alguma, deixar juntos em prisões presos de facções diversas, ainda mais quando você sabe que há uma declaração de guerra. Se não isolar, é claro que o grupo mais forte ou o mais numeroso vai atacar o menos numeroso, como observamos nesses ataques violentos no Norte do País. O que estamos fazendo em São Paulo é uma lição de casa", disse.

Ele completou que a separação dos presos não é um trabalho fácil, já que o Estado recebe 9 mil presos por mês e a média de inclusão no sistema penitenciário é de 300 pessoas no mesmo período.

As declarações foram dadas após reunião conjunta entre os secretariados municipal e estadual no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira. Na ocasião, foram anunciados convênios entre os dois entes nas áreas de Educação, Saúde, Transportes, Meio Ambiente, Habitação e Assistência Social.

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