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Gustavo Franco defende fim de universidade gratuita a alunos de alta renda

Ex-presidente do BC disse não ver justificativa para que o ensino superior não seja pago por, como chamou, uma "burguesia endinheirada"

Gustavo Franco: "Um dia vai ter que se fazer reforma do ensino superior. Vai ter muito gás lacrimogênio, mas tem que fazer" (Daniela Toviansky/Exame)

Gustavo Franco: "Um dia vai ter que se fazer reforma do ensino superior. Vai ter muito gás lacrimogênio, mas tem que fazer" (Daniela Toviansky/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de julho de 2018 às 19h04.

Última atualização em 4 de julho de 2018 às 19h13.

São Paulo - O ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Franco, coordenador do programa econômico do pré-candidato à Presidência João Amoêdo (Novo), defendeu nesta quarta-feira, 4, o fim do ensino universitário gratuito a estudantes de famílias de alta renda.

Ao participar de evento promovido pela Gazeta do Povo, Franco disse não ver justificativa para que o ensino superior não seja pago por, como chamou, uma "burguesia endinheirada". "Um dia vai ter que se fazer reforma do ensino superior. Vai ter muito gás lacrimogênio, mas tem que fazer. Quem tem condições de pagar tem que pagar o ensino público", comentou Franco.

Ele citou as universidades públicas entre as áreas em que o governo poderia buscar um corte de despesas, indicado em estudo do Banco Mundial, equivalente a 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB). O assessor do Partido Novo, cujas propostas na economia são liberais, voltou a defender que o ajuste fiscal seja feito por meio de um agressivo enxugamento dos gastos públicos.

Na Previdência Social, Franco tem como proposta resgatar o projeto original de reforma da Previdência encaminhado pelo governo Temer, mas sem as exceções concedidas a militares e professores.

O economista lembrou também que o estudo do Banco Mundial faz uma comparação entre os salários do setor público e do setor privado, com um cálculo que mostra que, nos casos em que os profissionais têm o mesmo cargo, a mesma experiência e a mesma escolaridade, a remuneração dos servidores públicos é 67% maior que a dos que trabalham em empresas privadas. "Pode isso, Arnaldo?", brincou, recorrendo, em época de Copa do Mundo, ao bordão do narrador Galvão Bueno.

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