Brasil

Gurgel diz que não pedirá impedimento de Toffoli no mensalão

Segundo o procurador-geral, se houver o pedido de impedimento, o julgamento poderia sofrer um novo atraso

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel: Perguntado se o Toffoli deveria se declarar impedido, jurista disse que "essa é uma questão do ministro" (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel: Perguntado se o Toffoli deveria se declarar impedido, jurista disse que "essa é uma questão do ministro" (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 20h30.

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quinta-feira que não pedirá o impedimento ou suspeição do ministro José Antonio Dias Toffoli para julgar o processo do chamado mensalão, uma vez que ele trabalhou com José Dirceu, um dos réus.

O ministro participou da discussão da proposta de desmembramento do processo, feita pela defesa de um dos réus, e votou contra. Toffoli, no entanto, ainda pode declarar-se impedido de participar do julgamento, que teve início nesta quinta-feira.

Gurgel disse que, se fizesse o pedido de impedimento, o julgamento poderia sofrer um novo atraso.

"Na medida em que fizesse essa menção, nós teríamos, de imediato, a suspensão do julgamento. E, dessa suspensão, poderia decorrer até à inviabilização de que esse julgamento acontecesse num prazo, num horizonte de tempo razoável", disse Gurgel a jornalistas após o encerramento da sessão.

"Da minha parte, realmente, a oportunidade que eu teria para suscitar a questão seria hoje e optei por não fazer", disse.

Havia expectativa se Toffoli se declararia impedido para julgar o caso, já que ele trabalhou no PT e foi assessor da Casa Civil da Presidência da República quando Dirceu, um dos réus do processo, era ministro.


Além disso, a namorada de Toffoli, que é advogada, já defendeu um outro réu no processo, o ex-deputado Professor Luizinho.

Gurgel deveria ter apresentado sua argumentação oral nesta quinta-feira, mas as discussões sobre o pedido de desmembramento do processo atrasaram o primeiro dia do julgamento. A participação do procurador foi adiada para sexta-feira, quando estava previsto o início da defesa dos 38 réus.

Perguntado se o Toffoli deveria se declarar impedido, Gurgel disse que "essa é uma questão do ministro".

O STF iniciou julgamento do processo do caso que ficou conhecido como mensalão, um suposto esquema que funcionaria com o desvio de recursos públicos que seriam usados para a compra de apoio entre parlamentares da base governista no Congresso, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República.

O caso, que veio à tona há sete anos, detonou a maior crise política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJustiçaMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas