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Guia deixou Juliana Marins sozinha para fumar, diz pai sobre queda em trilha na Indonésia

Família ainda aguarda translado do corpo da publicitária de 26 anos para o Rio de Janeiro

Manoel Marins com a filha: Juliana, de 26 anos, morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia (Reprodução)

Manoel Marins com a filha: Juliana, de 26 anos, morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia (Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 30 de junho de 2025 às 11h39.

Manoel Martins, pai de Juliana Marins, a publicitária brasileira de 26 anos que morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia, relatou que o guia que estava com os viajantes na trilha se afastou para fumar, quando deixou sua filha para trás. Ele detalhou ainda as vagarosas decisões do guia, do responsável pelo parque nacional e pela equipe de resgate Basarnas.

"Juliana falou: “Estou cansada”. E ele falou: “Senta ali. Fica sentada”. E o guia nos disse que ele se afastou por cinco a dez minutos de onde Juliana estava para fumar. Para Fumar! Depois desses cinco a dez minutos de caminhada, dessa meia hora fumando, ele voltou. Quando voltou, não encontrou a Juliana. Isso foi por volta de 4h da manhã. Quando ele avistou Juliana, eram 6h08 da manhã".

A brigada começou a subir o monte por volta de 8h30 da manhã do dia 21 de junho. O trajeto até o local do acidente tinha cerca de seis horas de duração. Às 14h, a brigada chegou ao local onde estava Juliana.

Manoel Marins afirmou, durante a entrevista ao "Fantástico", da TV Globo:

"O único equipamento que eles tinham era uma corda (...) Jogaram a corda na direção da Juliana. Fizeram uma segunda tentativa: o guia, no desespero, amarrou a corda na cintura. Ele tentou descer com essa corda amarrada na cintura sem ancorar a corda".

Após as malsucedidas tentativas de resgate, a administração do parque foi informada que o caso tinha complexidades. Seria preciso, então, acionar o Basarnas, a defesa civil local, cuja sede fica a duas horas do Monte Rinjani.

A equipe dos Basarnas chegou ao local no dia 21 de junho às 19h, horário indonésio. Juliana não estava no trecho esperado. No dia seguinte, domingo (22), o resgate foi interrompido devido ao mau tempo. O corpo de Juliana foi encontrado no dia 23, segunda-feira.

Mariana Marins, irmã, contou que a família irá à Justiça. Para Manoel, empresas e guias devem ser responsabilizados.

"Os culpados, no meu entendimento, são: o guia, que deixou a Juliana para fumar; a empresa que vende os passeios, eles são vendidos em banquinhas! Mas o primeiro é o coordenador do parque, que demorou a acionar a defesa civil. Em momento algum reconheceu o erro nem pediu perdão para nós", disse o pai.

Drama em meio ao luto

Em meio à dor, a família enfrenta dificuldade no processo de repatriação do corpo. A falta de previsão seria devido a alterações no voo que traria o corpo até o Galeão na noite de ontem.

Mariana Marins usou as redes sociais para cobrar a companhia aérea Emirates pelo atraso no traslado. De acordo com a irmã de Juliana, os restos mortais não foram embarcados sob a alegação de superlotação no bagageiro.

"O voo que traria Juliana já estava confirmado, estando tudo pago e acertado, sairia de Bali no domingo, às 19h45. Porém, misteriosamente, o bagageiro ficou “lotado”, e a Emirates disse que só traria Juliana em outro voo se fosse até São Paulo. Que não se responsabilizaria pela chegada dela ao Rio. Está muito difícil", lamentou Mariana Marins, ao GLOBO.

A empresa informou que apura o caso.

A autópsia no corpo de Juliana, feita no Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, concluiu que a causa da morte foi trauma, com fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa. De acordo com o médico legista Ida Bagus Alit, responsável pelo procedimento, a morte ocorreu 20 minutos após o trauma, mas ainda não está claro qual das quedas foi fatal.

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