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Guedes diz que, embora não tenha apego, não deixa cargo na 1ª derrota

Durante participação em uma audiência do CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), do Senado, Guedes sinalizou que pode "voltar para onde sempre esteve"

Guedes: ministro esclarece projetos econômicos para os senadores (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Guedes: ministro esclarece projetos econômicos para os senadores (Jefferson Rudy/Agência Senado)

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Clara Cerioni

Publicado em 27 de março de 2019 às 17h09.

Última atualização em 28 de março de 2019 às 06h20.

São Paulo — O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (27) que permanecerá no cargo caso o presidente Jair Bolsonaro apoie as "coisas que eu acho que podem resolver o Brasil".

Durante participação em uma audiência do CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), do Senado, Guedes sinalizou que pode "voltar para onde sempre esteve".

"Acredito numa dinâmica virtuosa da nossa democracia. Tenho certeza de que os partidos, em especial os poderes, cada um vai fazer o seu papel. Em segundo lugar, se o presidente apoiar as coisas que podem resolver o Brasil, estarei aqui. Agora se ou o presidente ou a Câmara, ninguém quer aquilo, eu vou obstaculizar o trabalho dos senhores? De forma alguma, voltarei para onde sempre estive", disse.

A fala do ministro foi feita após questionamentos da senadora Eliziane Gama (PPS-MA).

"Eu venho para ajudar. Se o presidente não quer, se o Congresso não quer... vocês acham que vou brigar para ficar aqui? Estou aqui para servi-los", continuou Guedes.

O ministro afirmou, porém, que não considera deixar o cargo na primeira derrota. "Agora se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado, não tenho apego ao cargo, como também não tenho inconsequência e a irresponsabilidade de sair na primeira derrota, desistir".

Durante a audiência, Guedes falou sobre problemas envolvendo a economia brasileira, como a dívida dos estados, as crises econômicas e as questões da reforma da Previdência.

Para ele, as causas das crises econômicas recentes no país são por conta do descontrole do gasto público e do dirigismo estatal.

“Atribuo as disfunções financeiras da economia brasileira ao modelo econômico de dirigismo do Estado. O ritmo de crescimento da economia brasileira, que já foi o maior, começou a descer”, afirmou. “A média do crescimento dos últimos 30 anos está abaixo de 2%, o que é lamentável.”

Em relação à Reforma da Previdência, Guedes afirmou que o sistema previdenciário brasileiro está no limite e chegou a uma situação insustentável, com um déficit que pode crescer R$ 40 bilhões ao ano. De acordo com o ministro, a “bola” da reforma da Previdência agora “está com o Congresso”.

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