Vigilância da Abin: diplomatas da Rússia, Irã e Iraque teriam sido monitoradas pela Abin em embaixadas e nas suas residências entre 2003 e 2004 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2013 às 20h20.
Brasília - O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou nesta segunda-feira 4, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) agiu dentro da lei ao monitorar diplomatas estrangeiros no Brasil. Segundo nota divulgada, as operações "obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais". Na nota, o GSI ameaçou punir os responsáveis por vazamento de documentos.
No texto, o GSI ameaçou ainda punir os responsáveis pelo vazamento de documentos sobre o trabalho da Abin. "Respeitando os preceitos constitucionais de liberdade de imprensa, o GSI ressalta que o vazamento de relatórios classificados como secretos constitui crime e que os responsáveis serão processados na forma da lei", diz a nota, explicando ainda que todas as operações realizadas pelo órgão, "obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais".
Reportagem publicada nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo informa que diplomatas da Rússia, Irã e Iraque foram monitoradas pela Abin em embaixadas e nas suas residências entre 2003 e 2004.
Em outro caso envolvendo espionagem, denunciado pelo jornal O Estado de S. Paulo, um agente da Abin repassou informações a um agente norte-americano sobre a Tríplice Fronteira, em um restaurante em Curitiba, em agosto de 2012. Tudo foi registrado em imagem e áudio. No entanto, o diretor-geral da agência, Wilson Trezza, apenas recomendou ao servidor que pedisse sua aposentadoria, sem abrir qualquer sindicância ou processo administrativo, gerando revolta geral no órgão. O ministro-chefe do GSI, general José Elito Siqueira, endossou a decisão da direção da Abin. O agente americano, ao ser descoberto, voltou para os Estados Unidos, uma semana após ser filmado pela Abin, jantando com o agente brasileiro. A Associação dos Oficiais de Inteligência da Abin prepara ação para investigar o diretor geral da Abin por crime de prevaricação.
As denúncias envolvendo a Abin levaram o Congresso a se mobilizar para votar, ainda esta semana, a convocação do general Elito, o diretor Trezza e o agente envolvido no caso.