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Grupos de extermínio elevam violência na Bahia

Desde o início da greve, foram 178 assassinatos na região metropolitana de Salvador

Policiais militares em greve fazem manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Estado, ocupada pelos companheiros desde a semana passada (Marcello Casal Jr/ABr)

Policiais militares em greve fazem manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Estado, ocupada pelos companheiros desde a semana passada (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2012 às 13h40.

Salvador - O fim da paralisação que a Polícia Militar da Bahia promovia desde o dia 31 resultou não em queda expressiva no número de homicídios na região metropolitana de Salvador. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, houve 13 assassinatos na região ontem, nove deles na capital.

Os números são idênticos aos registrados na sexta-feira e seguem a média dos últimos cinco dias na região, de 12,8 casos. Desde o início da greve, foram 178 assassinatos na região, média de 14,8 homicídios diários, mais que o dobro do registrado no período imediatamente anterior ao início da greve, de 6,7 casos por dia.

Apesar de o mês ainda não ter chegado à metade, o montante de casos já fazem deste mês o fevereiro mais violento na região desde que foi aplicada a atual metodologia de estatísticas pela Secretária de Segurança Pública, em 2009. No ano passado, durante todo o mês, foram registrados 171 homicídios na região, ante 172 em 2010 e 144 em 2009.

Segundo a coordenadora das Delegacias de Homicídios da Capital, delegada Francineide Moura, "pelo menos um terço" dos assassinatos ocorridos durante a greve da PM tem características de atuação de grupos de extermínio - que contam com a participação de policiais e ex-policiais militares. "Esse tipo de crime é o principal responsável pelo aumento dos índices", afirma.

Quatro PMs, por exemplo, foram reconhecidos por testemunhas e acusados de participar da chacina que deixou cinco moradores de rua mortos no bairro da Boca do Rio, na madrugada do dia 3. Dois deles, Donato Ribeiro Lima, de 47 anos, apontado como o líder do grupo, e Willen Carvalho Bahia, de 34, foram presos na quinta-feira e outros dois, Samuel Oliveira Meneses e Jair Alexandre dos Santos estão foragidos.

Os mesmos policiais também são suspeitos de, horas depois, abrir fogo contra um grupo de moradores de rua na Praça da Piedade, no centro de Salvador. O atentado matou Jesline de Jesus Carvalho, de 20 anos, que no momento do ataque amamentava a filha de 7 meses, e deixou um homem ferido. A bebê, que não ficou ferida, está sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude.

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