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Grupo promove ação "antiocupação" nas escolas

Movimento Ação Popular tem visitado unidades ocupadas por alunos ou "ameaçadas de invasão" para explicar a reorganização escolar


	Movimento Ação Popular, que defende a reorganização escolar, criou a página chamada "Devolve minha escola"
 (Reprodução/Facebook)

Movimento Ação Popular, que defende a reorganização escolar, criou a página chamada "Devolve minha escola" (Reprodução/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 18h49.

São Paulo - Favoráveis à reorganização das escolas estaduais paulistas, um grupo de estudantes tem feito o caminho contrário aos protestos e promovido a desocupação das unidades.

Desde setembro, quando a medida que prevê a separação dos colégios por ciclos (ensino fundamental anos iniciais, finais e ensino médio), o Movimento Ação Popular tem visitado unidades ocupadas por alunos ou "ameaçadas de invasão" para explicar a reorganização.

De lá pra cá, eles garantem ter visitado 150 escolas, desocupado três e evitado a invasão de outros cinco.

O grupo, composto em sua maior parte por jovens filiados ao PSDB e ligados à juventude tucana, foi criado este ano com o objetivo de "promover o protagonismo estudantil e lutar pela educação pública de qualidade".

É o que explica um dos coordenadores do movimento e estudante de História Roney Glauber Araújo de Vasconcelos, de 28 anos.

Apesar da ligação direta com o partido do governador paulista Geraldo Alckmin, responsável pela reorganização, o estudante garante que o movimento é apartidário.

"Muitos são filiados, mas o núcleo é indiferente às posições do PSDB. Defendemos a reorganização e entendemos que é possível implementar o ciclo único. Não é possível que tenhamos alunos do ensino fundamental do primeiro ciclo, do segundo e adolescentes em um mesmo espaço", defendeu.

Nesta quinta-feira, 174 colégios já haviam sido tomados por estudantes contrários à medida, segundo dados da Secretaria Estadual de Educação. Para o coordenador do Ação Popular, trata-se de um ato político.

"Esses grupos de esquerda, a UJS, a Upes e a Umes falam que ninguém quer se abrir ao diálogo. Mas nós, como movimento estudantil reconhecido, vamos, e eles não aceitam o diálogo. Por que querem invadir a escola? Qual o motivo? Não tem motivo", disse.

Ele também fez críticas ao sindicato dos professores no Estado, a Apeoesp. "Estão usando professores e alunos para invadir escolas, mesmo onde não querem este tipo de paralisação".

Rede social

Além de realizar assembleias nas escolas ocupadas e em unidades que podem ser invadidas, o grupo também tem usado as redes sociais para divulgar suas ações e comentar as críticas à reorganização.

Eles criaram uma página chamada "Devolve minha escola", que até às 16h desta quinta-feira já atingia 1.163 curtidas.

A ideia é fazer uma contraposição a outras como a "Não fechem a minha escola", que divulga notícias sobre as ocupações. A página já foi compartilhada até pelo chefe de gabinete da Secretaria de Educação Fernando Padula.

No espaço, já foram compartilhadas críticas irônicas ao prefeito Fernando Haddad (PT), com memes como "ainda bem que não tem creche pra ocupar", referindo-se ao déficit de vagas nas creches paulistanas, e aos comentários do deputado federal Ivan Valente (Psol), que tem repudiado a reorganização em sua página no Facebook.

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