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Grupo invade ala da covid-19 em hospital no RJ e exige "checar leitos"

Segundo relatos, seis pessoas entraram na unidade menos de 24 horas após Jair Bolsonaro incentivar apoiadores a verificar se há lotação ou não nos hospitais

Hospital Municipal Ronaldo Gazolla: hospital é um dos locais de referência de pacientes com coronavírus (Prefeitura do Rio/Divulgação)

Hospital Municipal Ronaldo Gazolla: hospital é um dos locais de referência de pacientes com coronavírus (Prefeitura do Rio/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de junho de 2020 às 17h48.

Última atualização em 12 de junho de 2020 às 19h28.

Um grupo formado por pelo menos seis pessoas entrou no Hospital municipal Ronaldo Gazolla, unidade de referência no tratamento da covid-19 no Rio, e invadiu alas restritas a médicos e pacientes na tarde desta sexta-feira.

De acordo com relatos de profissionais, uma mulher, pertencente ao grupo, muito alterada, teria chutado portas, derrubado computadores e até tentado invadir leitos de pacientes internados.

Fontes disseram ao GLOBO que as pessoas seriam parentes de uma pessoa que morreu por coronavírus na unidade.

Revoltados, eles gritavam, pelo quinto andar da unidade, que tinham direito de verificar os leitos, para ver se estavam mesmo ocupados, e por vezes, ainda segundo relatos de quem presenciou tudo, também gritavam: "Mentira! mentira!"

Testemunhas contaram, ainda, que uma enfermeira, que cuidava de uma paciente idosa, precisou usar uma cadeira e forçar a porta para conseguir impedir que uma das pessoas invadisse o quarto.

A confusão só teria terminado quando Guardas Municipais interviram e retiraram os manifestantes.

– Escutei gritos, achei que era algum paciente que estava com algum tipo de surto psiquiátrico. Foi quando uma mulher passou correndo no corredor e começou a chutar e gritar, chutando as portas dos pacientes que estavam na enfermaria – contou uma testemunha, que, por questões de segurança, prefere não se identificar.

– Eu não sei como conseguiram entrar. Nós temos seguranças no prédio. Não sei se algum deles estava armado e conseguiu intimidá-los... por vezes um homem chegava e falava: “Não encosta em mim!”, como se intimidasse as pessoas – relatou um profissional. – Foi desesperador. Todos gritavam para que eles não entrassem nos leitos. Estávamos numa situação em que só pensávamos que não tínhamos como escapar.

Em uma das imagens mostradas por quem testemunhou a confusão, é possível ver que uma das mulheres, que precisou ser contida por guardas, deixou até os chinelos para trás. Procurada, a Secretaria municipal de Saúde ainda não se manifestou, assim como a Guarda Municipal e a Polícia Militar. Mais informações em instantes.

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