Picciani: estopim para mudança foi a lista de nomes do PMDB que Picciani apresentou para compor a comissão especial que analisará o impeachment (Divulgação/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 12h52.
Peemedebistas que já se declararam contrários ao governo deram hoje (9) o primeiro passo para tentar substituir o deputado Leonardo Picciani (RJ) da liderança do PMDB na Câmara, e que é aliado do Palácio do Planalto.
Com 35 assinaturas, o grupo de parlamentares protocolou o pedido na Mesa Diretora para que o deputado federal Leonardo Quintão (MG) assuma a vaga.
Quintão já era o mais cotado pela ala insatisfeita do PMDB, conforme noticiou ontem (8) a Agência Brasil.
O grupo reuniu o apoio formal de metade mais um dos deputados que compõem a bancada – hoje com 66 parlamentares.
O estopim para a mudança foi a lista de nomes do PMDB que Picciani apresentou para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
As vagas são disputadas por integrantes do partido aliados do governo e nomes ligados ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o fim do primeiro semestre anunciou rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.
Insatisfeitos com as indicações, uma ala da legenda chegou a acusar Picciani de descumprir um compromisso firmado com a bancada, que previa que metade dos nomes (quatro) fossem escolhidos entre parlamentares favoráveis ao processo e a outra metade entre mais aliados ao governo.
De acordo com o grupo, Picciani “atropelou” a bancada e fechou uma lista que foi construída com o Planalto.
Ontem, parte do PMDB se uniu, publicamente, à oposição na composição de uma chapa alternativa, que acabou vencendo a tumultuada eleição para compor a comissão.
Em plenário, a chapa 2, intitulada Unindo o Brasil, venceu por 272 votos contra 199.
O PCdoB recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a eleição, que resultou na vitória da chapa formada pela oposição e dissidentes da base governista.
O ministro do tribunal Edson Fachin concedeu liminar para suspender o processo de impeachment na Câmara.
O partido também questionou a votação que foi secreta alegando que a Câmara está descumprindo regras previstas na Constituição.
Segundo o PCdoB, a composição do colegiado especial teria que ser feita por indicação de líderes e escolhida por voto aberto.