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Alfinete vira arma contra "encoxadores" do metrô

Protesto de grupo feminista distribui alfinetes para "assegurar o direito de autodefesa das mulheres" contra os recorrentes casos de abusos registrados no transporte público

Alfinete distribuído durante protesto de grupo feminista contra abusos sexuais no metrô de São Paulo (MML/Divulgação)

Alfinete distribuído durante protesto de grupo feminista contra abusos sexuais no metrô de São Paulo (MML/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 16h56.

São Paulo – Devido aos recentes casos de abuso sexual registrados no transporte público de São Paulo, um grupo feminista resolveu protestar de maneira diferente. Alfinetes estão sendo distribuídos para mulheres em uma estação de metrô para coibir a ação dos chamados “encoxadores”.

A campanha é do Movimento Mulheres em Luta, que distribuiu os kits - acompanhados da frase “Não me encoxa que eu não te furo” - desde as 7 horas desta sexta-feira na estação Capão Redondo do metrô.

Segundo nota divulgada no site do grupo, a medida busca denunciar a violência e o assédio às mulheres no transporte público e “exigir do Metrô e do governo do estado que façam uma campanha de conscientização e combate aos assédios”.

“O primeiro responsável por essa situação é o governo do estado, que não dá condições dignas de transporte para a população. Em segundo lugar, é necessária também, a educação e coação no próprio transporte público. Ausentes todas essas medidas, em meio ao caos e situação de barbárie, nossa obrigação é assegurar o direito de autodefesa das mulheres”, diz o texto.

#nãomereçoserestuprada

Recentemente, a campanha contra o estupro criada pela jornalista Nana Queiroz ganhou grande repercussão nas redes sociais. Várias mulheres aderiram ao movimento e publicaram fotos sem roupa segurando placas com a frase “Eu não mereço ser estuprada” cobrindo os seios.

A iniciativa surgiu após a publicação, no dia 27 de março, de uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontou que 65% da população acreditaria que mulheres que vestem roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas.

Após a grande repercussão, que teve resposta até mesmo da presidente Dilma Rousseff, especialistas passaram a questionar a metodologia da pesquisa realizada pelo instituto.

Na tarde desta sexta-feira, o Ipea admitiu que cometeu um erro em relação à publicação. Em nota oficial, o órgão afirmou que o valor correto seria de 26%, e não 65% como divulgado antes.

* Matéria atualizada às 16h50 para incluir correção do Ipea sobre pesquisa

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