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Grupo de brasileiros é impedido de viajar por beduínos no Egito

A ação foi feita em protesto aos resultados das eleições parlamentares no país africano nesta sexta-feira

De acordo com o Itamaraty, a Embaixada no Brasil no Cairo entrou em contato com o Ministério do Interior egípcio e foi iniciado o processo de negociação (Getty Images)

De acordo com o Itamaraty, a Embaixada no Brasil no Cairo entrou em contato com o Ministério do Interior egípcio e foi iniciado o processo de negociação (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 23h54.

São Paulo - Um grupo de 50 turistas brasileiros foi impedido por algumas horas de prosseguir viagem por beduínos que bloquearam uma estrada no Egito em protesto aos resultados das eleições parlamentares no país africano nesta sexta-feira, informou o Itamaraty.

O protesto local dos beduínos, grupo étnico nômade que vive nos desertos do norte da África e no Oriente Médio, bloqueou uma estrada no centro-sul do Egito e impediu a passagem de todos os veículos, não apenas o dos brasileiros.

"Recebemos a informação neste momento de que a estrada já foi desbloqueada e que os brasileiros puderam continuar a viagem", disse à Reuters a assessoria de imprensa do Itamaraty, por telefone, no início da noite.

Os egípcios realizam as primeiras eleições legislativas livres em décadas no país, depois que uma onda de protestos derrubou o presidente Hosni Mubarak, em fevereiro do ano passado. Desde então, o Egito tem sido governado pelos militares.

A Irmandade Muçulmana obteve mais de um terço dos votos no último turno das eleições para a Câmara Baixa do Parlamento egípcio, segundo resultados parciais divulgados nesta sexta-feira, mostrando que os islamistas devem dominar a legislatura.

De acordo com o Itamaraty, a Embaixada no Brasil no Cairo entrou em contato com o Ministério do Interior egípcio e foi iniciado o processo de negociação da polícia com os beduínos, o qual aconteceu sem violência.

"Não é a primeira vez que esses eventos têm acontecido em áreas do Egito", afirmou a assessoria do Itamaraty, acrescentando que não se tratou de uma manifestação específica contra os brasileiros.

O processo eleitoral egípcio, que começou no fim de novembro, vai até o fim de fevereiro e só depois disso será possível conhecer a composição exata do novo Parlamento, que escolherá 100 pessoas para redigir uma nova Constituição.

Analistas acreditam que a Irmandade Muçulmana, mais moderada, possa tentar uma aliança com grupos liberais para aliviar os temores de um Egito liderado por islamistas, enquanto o Partido Nour, que ficou em segundo lugar na maior parte dos distritos, busca a aplicação rígida da lei islâmica.

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