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Grupo Comporte vence leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM

A empresa ofereceu um desconto de 2,57% em relação à contraprestação que será paga pelo estado. O projeto prevê R$ 14,3 bilhões em investimentos ao longo de 25 anos de contrato

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de março de 2025 às 16h46.

Última atualização em 28 de março de 2025 às 17h17.

O Grupo Comporte venceu o leilão de concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A companhia ofereceu um desconto de 2,57% em relação à contraprestação que será paga pelo governo do estado para arrematar o Lote do Alto Tietê.

O leilão recebeu duas propostas. A CCR ofereceu 1,45% de desconto. Segundo o edital, o vencedor seria a empresa que oferecesse o maior desconto nas contraprestações mensais a serem pagas pelo governo estadual à concessionária, montante calculado em R$ 1,49 bilhão.

O grupo Comporte é ligado à família Constantino, fundadora e controladora da Gol Linhas Aéreas, e opera várias empresas de ônibus urbanos e rodoviários, como a BR Mobilidade, Piracicabana e Prata. Em 2022, a empresa levou a concessão do metrô de Belo Horizonte, e em 2024 venceu o leilão de concessão da linha 7-Rubi e da construção e operação do projeto de trem que ligará São Paulo a Campinas, o TIC Campinas.

Com o certame finalizado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fica mais próximo da sua promessa de campanha de conceder todas as linhas para a iniciativa privada.

O entorno da B3 foi isolado com policiamento reforçado. O acesso ao prédio era controlado pela Polícia Militar, com pessoas que não iriam participar do leilão sem acesso ao quarteirão. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil ( STEFZCB) prometeu realizar uma manifestação em frente da sede da Bolsa de Valores contra o certame. Os trabalhadores ameaçaram realizar uma greve na última quarta-feira, adiada após negociações com o Tribunal do Trabalho. Até o momento, não foram registradas manifestações.

O projeto prevê R$ 14,3 bilhões em investimentos privados ao longo de 25 anos de contrato. Segundo a gestão estadual, a futura concessionária será responsável por ampliar, reformar e operar os três ramais ferroviários. O objetivo é reduzir o tempo de espera entre os trens, aumentar a oferta de viagens e expandir a rede.

A gestão Tarcísio afirma que a remuneração da empresa será feita por disponibilidade, modelo que busca garantir previsibilidade financeira e estimular melhoria contínua nos serviços.

O que o leilão das linhas 11, 12 e 13 prevê

Serão construídas oito novas estações e reformadas as 24 já existentes, além da eliminação de todas as passagens ao nível, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas.

As linhas também passarão por investimentos na rede aérea, via permanente e sinalização, além da implantação de novos equipamentos e sistemas. Até 2040, a previsão do governo estadual é que as três linhas transportem juntas 1,3 milhão de passageiros por dia em média útil.

Com os investimentos, o governo promete redução do intervalo dos trens das três linhas. 

A concessão inclui um programa de investimentos iniciais e uma fase de transição operacional de 24 meses com a CPTM, com previsão de treinamentos e operação assistida da concessionária.

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