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Grupo cerca Haddad para protestar por auxílio moradia

Os gritos incomodaram o prefeito, que pediu uma conversa "com respeito" e disse que os líderes comunitários "não conseguiriam nada desse jeito"


	Fernando Haddad: os gritos incomodaram o prefeito, que pediu uma conversa "com respeito" e disse que os líderes comunitários "não conseguiriam nada desse jeito"
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Fernando Haddad: os gritos incomodaram o prefeito, que pediu uma conversa "com respeito" e disse que os líderes comunitários "não conseguiriam nada desse jeito" (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2016 às 14h32.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi cercado na manhã desta quarta-feira, 16, durante agenda pública no Canindé, na região central da capital, por moradores de uma ocupação de Paraisópolis, na região sul, que deve passar por reintegração de posse no início de abril.

O grupo cercou o prefeito até o carro oficial e protestou por auxílio moradia. Os gritos incomodaram Haddad, que pediu uma conversa "com respeito" e disse que os líderes comunitários "não conseguiriam nada desse jeito".

No ano passado, cerca de 600 famílias ocuparam um prédio no Parque Sanfona, local onde será construído um equipamento cultural do Município como parte do plano de urbanização de Paraisópolis. Uma decisão judicial determinou a reintegração de posse do terreno, e os moradores reivindicam aluguel social a todas as famílias.

Nesta terça-feira, 15, houve uma reunião entre Haddad e os líderes do movimento. "Eles queriam auxílio moradia. Nós dissemos que a legislação impede a concessão de auxílio moradia a não ser para famílias que estivessem em área de risco. A secretaria (da Habitação) mapeou as áreas de risco. Eram 93 famílias. Foi feito um acordo judicial de que essas 93 famílias receberiam um auxílio aluguel e as demais teriam que desocupar o terreno público para a licitação de um equipamento público", afirmou Haddad.

Os moradores defendem que são mais de 93 famílias em área de risco. Segundo a líder comunitária de Paraisópolis Juliana Oliveira, há outras 320 famílias com mulheres, crianças e idosos que também deveriam receber o auxílio.

"(Esse acordo) foi feito no Judiciário e eles (moradores) estão inconformados com essa decisão, querendo expandir (o aluguel social), contrariamente o que diz a lei, a todas as famílias. A legislação não permite", explicou o prefeito.

Após a reunião com os moradores nesta terça-feira, Haddad disse que pediu para o secretário municipal da Habitação, João Sette Whitaker, estudar uma alternativa que não contrarie a legislação a fim de atender toda a comunidade.

O prefeito disse que até a próxima sexta-feira, 18, dará um posicionamento às famílias sobre as possibilidades legais de suporte social.

Segundo Haddad, porém, a reivindicação do grupo, que exige auxílio a todos os moradores da ocupação, já foi descartada. "Não posso contrariar a lei e dar auxílio aluguel para ocupação de espaço público porque, se eu abrir essa possibilidade, vou abrir um precedente em que milhares e milhares de famílias vão pode reivindicar a mesma coisa. O próprio juiz entendeu isso e concordou", disse.

Juliana afirmou que o grupo de moradores tomou a decisão de marcar presença em todas as agendas do prefeito até que o impasse seja resolvido.

"Não dar aluguel social para todas as famílias é pedir para que elas voltem para as áreas de risco", defendeu a líder comunitária.

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