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Grevistas do IBGE querem readmissão de 200 temporários

A greve de servidores, iniciada no fim de maio, já impediu a divulgação da taxa de desemprego para as seis principais regiões metropolitanas do país


	Ato de funcionários do IBGE: diante da urgência de garantir readmissão, grevistas reduziram reivindicações
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Ato de funcionários do IBGE: diante da urgência de garantir readmissão, grevistas reduziram reivindicações (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 17h52.

Rio - Funcionários em greve do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tentam assegurar a readmissão de cerca de 200 trabalhadores temporários que não tiveram seus contratos renovados depois de terem aderido ao movimento grevista.

A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, e o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, se reúnem nesta quarta-feira, 06, com representantes do sindicato de servidores, o ASSIBGE-SN, para negociar uma solução que dê fim a mais de dois meses de paralisação.

A greve de servidores, iniciada no fim de maio, já impediu a divulgação da taxa de desemprego para as seis principais regiões metropolitanas do país, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego.

Os dados de Salvador e Porto Alegre não ficaram prontos a tempo por dois meses consecutivos, referentes a maio e junho.

O IBGE reconhece que aproximadamente 180 temporários não tiveram o contrato renovado desde o início da greve.

No entanto, o órgão alega que a decisão foi tomada com base na queda da produtividade desses temporários, o que estaria previsto no contrato firmado entre as partes envolvidas.

Diante da urgência de garantir a readmissão dos dispensados, os grevistas reduziram a pauta de reivindicações.

No início da greve, entre as principais exigências estavam a recomposição do orçamento do IBGE, entrega de cargos da presidente e conselho diretor, melhoria dos salários dos servidores e realização de concurso público para substituição dos temporários.

Agora, os grevistas exigem a reintegração imediata dos temporários que não foram renovados, além da criação de um grupo de estudo para avaliar um projeto de carreira para os servidores que permita a equiparação dos salários aos de órgãos do ciclo de gestão, como o Banco Central.

Para aumentar a pressão sobre os negociadores, o ASSIBGE-SN realiza amanhã um ato público em frente à sede do órgão, no Rio.

Segundo o sindicato, servidores de todo o Brasil virão para a manifestação.

O ASSIBGE-SN se diz otimista para chegar a um "acordo digno", mas, ainda que os pedidos sejam atendidos na reunião desta quarta, não dá como certo o fim da greve.

"Não temos condição de avaliar isso agora. O momento de saída será analisado coletivamente. A princípio, a questão dos temporários é o principal empecilho, já estamos avisando isso há algumas semanas", afirmou a diretora da executiva nacional do ASSIBGE-SN, Ana Magni.

Uma assembleia será realizada no dia seguinte, quinta-feira, 07, para avaliar os resultados da reunião com o ministério e decidir sobre os rumos da paralisação.

A greve é mais um elemento na crise institucional que o órgão atravessa este ano.

O desgaste entre a direção e servidores começou em abril, quando Wasmália anunciou a suspensão do calendário de divulgações da PNAD Contínua até janeiro de 2015, para revisão do cálculo da renda domiciliar.

A decisão foi motivada por questionamentos de senadores, entre eles a ex-ministra da Casa Civil e atual senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o que despertou suspeitas de ingerência externa no instituto.

Duas diretoras pediram exoneração, e 18 coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos. Após semanas de discussões, o IBGE voltou atrás e decidiu manter a divulgação seguinte, realizada em 3 de junho.

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