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As greves no caminho do governo

O dia de hoje deve deixar claro que o governo Temer tem uma ameaça crescente em sua estratégia de cortes de gastos e privatizações: greves. Os trabalhadores vinculados ao Sindicato de Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) iniciam hoje greve da categoria. Na pauta estão reajustes salariais de 19% além de manifestações contrárias à venda de […]

PETROBRAS: paralisação de petroleiros é mais um entrave com que o governo Temer tem de lidar / Paulo Whitaker/Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

PETROBRAS: paralisação de petroleiros é mais um entrave com que o governo Temer tem de lidar / Paulo Whitaker/Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2016 às 21h29.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h25.

O dia de hoje deve deixar claro que o governo Temer tem uma ameaça crescente em sua estratégia de cortes de gastos e privatizações: greves. Os trabalhadores vinculados ao Sindicato de Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) iniciam hoje greve da categoria. Na pauta estão reajustes salariais de 19% além de manifestações contrárias à venda de ativos da empresa. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), sindicato que responde nacionalmente pela categoria de trabalhadores, está convocando assembleias com a chamada “Operação Para Pedro”, em referência a Pedro Parente, presidente da Petrobras.

Os bancários estão parados há três semanas, sem perspectiva de retomada antes de negociações na semana que vem. São mais de 13.000 agências fechadas em todo o país – de bancos públicos e privados. Na semana passada, os funcionários dos Correios também anunciaram greve, que afetou seis estados antes de uma negociação que agradou a categoria. O PMDB, um partido de articulação interna, está aprendendo na marra como lidar com grevistas e centrais sindicais.

A greve dos petroleiros conflita diretamente com os interesses do governo para o futuro da Petrobras, que incluem a venda de negócios importantes e retira da obrigação de explorar com exclusividade o pré-sal. Os funcionários, acostumados às benesses de trabalhar para uma estatal, com plano de carreira garantido e aposentadoria generosa, não querem nem ouvir falar de controladores privados.

No outra ponta, ficam os acionistas. Ontem, um acordo da Opep para limitar a produção de petróleo elevou o preço do barril e fez os papéis da Petrobras subirem mais de 5%. Segundo analistas consultados por EXAME Hoje, greves no setor petroleiro aconteceram nos últimos cinco anos e há sempre uma reação negativa no mercado, embora os efeitos práticos sejam reduzidos. Após a alta de ontem, a ver como o mercado se comportará com os trabalhadores de braços cruzados hoje.

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