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Greve: ministro diz que governo estuda proposta a servidores

O ministro disse que algumas categorias receberam, ao longo dos últimos anos, reajustes salariais acima da inflação, mas outras, não

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 16h41.

Curitiba – O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse hoje (10) que o governo federal está fazendo um debate interno sobre as propostas que serão apresentadas aos servidores públicos em greve e que o governo está agindo "com responsabilidade" ao elaborá-las.

"Estamos fazendo um debate. Temos uma preocupação com a queda de receita provocada pela crise econômica internacional, que, graças às medidas do governo, não teve reflexos tão grandes no país, mas nos afetou, sim", disse Vargas, durante lançamento estadual do Plano Safra da Agricultura Familiar (2012/2013), em Curitiba. "Cada proposta será apresentada aos servidores com muita responsabilidade, cabendo no Orçamento da União."

Na plateia, que lotou o auditório do edifício-sede dos Correios no Paraná, estavam dezenas de servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Eles mantiveram uma faixa estendida no fundo do auditório e foram convidados a falar ao microfone, durante a cerimônia.

O ministro disse que algumas categorias receberam, ao longo dos últimos anos, reajustes salariais acima da inflação, mas outras, não. "Entre os que não receberam essa reposição, estão os servidores do Incra", reconheceu Vargas. "É com muito respeito que acolhemos as reivindicações. Os movimentos sempre empurram os governos para frente, mesmo que estes não atendam o conjunto das suas pautas."

Pepe Vargas também comentou sobre a crítica que movimentos sociais fazem ao pagamento dos serviços e juros da dívida. "Alguns defendem que o governo deixe de pagar esses contratos financiados no passado, como se dizer 'devo, não nego, mas não pago' resolvesse alguma coisa", disse o ministro. "Governos que decretaram moratória unilateral foram para o buraco."


O ministro disse ainda que o governo procura compatibilizar no orçamento outras prioridades, como o combate à miséria e a manutenção do nível de emprego. "Estamos agindo para preservar o emprego daqueles que não têm estabilidade. Quem é o primeiro a sofrer durante as crises? O trabalhador", disse, referindo-se ao setor privado.

Empenho nas negociações

Servidor do Incra e integrante do comando local de greve no Paraná, o engenheiro agrônomo Geraldo Martins pediu, durante a solenidade, o empenho do ministério para que as negociações avancem e a defasagem salarial do órgão seja corrigida.

"Não adianta apenas fazer mais concursos públicos. É preciso aumentar os salários, porque os candidatos aprovados ou não estão assumindo os cargos ou estão saindo para a iniciativa privada e para outros órgãos com melhor remuneração", disse Martins.

Os servidores do Incra também pediram que Pepe Vargas participe de uma reunião marcada para a próxima terça-feira (14) entre representantes dos trabalhadores e o Ministério do Planejamento. Perguntado pela Agência Brasil se participaria do encontro, o ministro do Desenvolvimento Agrário respondeu que não. "Não vou. A reunião de negociação é com o Planejamento", explicou Vargas. "O governo está avaliando uma proposta. Estamos preocupados [com a greve]."

A categoria reivindica reposição salarial de 22%, equiparação de vencimentos com o Ministério da Agricultura, novas contratações por concurso público, reestruturação das carreiras e melhoria das condições de trabalho. O Incra tem hoje cerca de 5,7 mil servidores em todo o país. Em 1985, eram cerca de 9 mil. Até o final de 2014, pelo menos 2 mil servidores do órgão terão condições de se aposentar.

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