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Greve dos Correios pode acabar na segunda? O que sabemos até agora

Sindicatos já preparam vigília. Paralisação será julgada pelo tribunal do trabalho, a partir das 13h30 da segunda, com transmissão ao vivo

Manifestação de funcionários dos Correios: categoria decide se continua a greve na próxima segunda, dia 21 (Sintect-Cas/Divulgação)

Manifestação de funcionários dos Correios: categoria decide se continua a greve na próxima segunda, dia 21 (Sintect-Cas/Divulgação)

CA

Carla Aranha

Publicado em 19 de setembro de 2020 às 12h20.

A paralisação dos funcionários dos Correios completa 33 dias neste sábado, dia 19 – é uma das greves mais longas da história da estatal. A categoria pode voltar ao trabalho no início da semana, quando a greve será julgada no Tribunal Superior do Trabalho (TST)?

Vai depender do resultado das votações dos ministros do TST, diz a categoria, e de uma deliberação dos 36 sindicatos e associações que representam os 98.000 funcionários dos Correios. Os trabalhadores devem se reunir na próxima segunda, 21, após o julgamento da greve, que começa às 13h30, e será transmitido ao vivo pelas mídias sociais do TST.

“Vamos começar uma vigília às 10h na segunda e à noite todos os sindicatos da categoria vão se reunir para decidir se continuamos ou não a greve” diz José Aparecido Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect).

Até agora, os representantes dos trabalhadores e da direção da estatal permanecem aferrados em suas posições. A categoria não abre mão do cumprimento da vigência do acordo coletivo assinado em 2019. A empresa alega que, em função da pandemia, não há condições de manter as mais de 70 cláusulas do acordo, entre elas o bônus natalino (chamado de vale-peru) e a licença-maternidade de 180 dias. O reajuste dos salários também está em pauta.

Outro motivo da greve é a privatização dos Correios, processo que, segundo a estatal, já começou. “Estamos lutando de todas as maneiras para que a desestatização não aconteça”, diz Gandara. “Queremos manter o emprego dos 98.000 funcionários, que são pessoas honestas e pais de família”.

O presidente da empresa, Floriano Peixoto, disse em entrevista à EXAME que "concorda plenamente" com a desestatização, proposta pelo governo, e que é preciso "transformar os Correios em uma empresa moderna, eficiente e que respeite o consumidor".

Em meio a posições tão diferentes, a audiência de conciliação realizada no último dia 11 pelo TST aconteceu em meio a um clima tenso, em que nenhum dos dois lados se mostrou disposto a negociar.

A menos de 48 horas do julgamento da greve, o clima é de suspense.

O TST tem diante de si três possibilidades. O tribunal pode decidir que o acordo coletivo deve continuar em vigor (o que colocaria um ponto final à greve) ou retirar algumas cláusulas do contrato – nesse caso, os trabalhadores podem continuar a paralisação caso não concordem com as modificações.

O tribunal também pode deliberar que, em razão da crise econômica causada pelo coronavírus, o acordo deve continuar suspenso até segunda ordem – aí, o cenário pode ser de continuidade da paralisação.

“Essa é uma das maiores greves dos Correios, se não for a maior, e anunciaremos nossa decisão, de voltar ou não ao trabalho, depois da reunião do TST e da decisão da categoria sobre os próximos passos”, diz Gandara.

 

 

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