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Greve de servidores ainda não interfere no Porto de Santos

A Polícia Federal (PF) faz operação-padrão no porto, desde as 10 horas, intensificando a fiscalização da tripulação de navios


	Porto de Santos: as principais reivindicações dos fiscais agropecuários são a reestruturação da carreira e a contratação de novos servidores
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Porto de Santos: as principais reivindicações dos fiscais agropecuários são a reestruturação da carreira e a contratação de novos servidores (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 16h41.

São Paulo – A greve de policias federais e fiscais agropecuários que atuam no Porto de Santos ainda não interfere na movimentação de cargas, informou hoje (9) a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). A Polícia Federal (PF) faz operação-padrão no porto, desde as 10 horas, intensificando a fiscalização da tripulação de navios. A inspeção de cargas vegetais e animais feita pelos fiscais, por sua vez, foi reduzida de 1,2 mil para 400 por dia, segundo o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).

De acordo com a assessoria de comunicação da Codesp, as paralisações podem levar algum tempo para repercutir na operacionalização das embarcações. A companhia informou que, na manhã de hoje, haviam 74 navios fundiados (que aguardam para entrar no porto) e 36 navios atracados, o que é considerado uma situação normal.

Alexandre Santana Sally, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Federal de São Paulo (Sindpolf), disse à Agência Brasil, no início da tarde, que a operação dos policiais federais deve gerar atrasos no atracamento de navios no decorrer do dia. “A fiscalização está começando a provocar atrasos. Isso deve gerar um custo para as empresas, porque quem não consegue atracar na hora prevista pode levar até dias para conseguir um novo horário”, disse.

O Anffa Sindical acredita que a redução do número de inspeções agropecuárias, desde a última segunda-feira (6), já impacta na operação dos navios. “Estamos com 30% da força de trabalho, conforme determina a lei. A greve deve afetar a movimentação de cargas de importação e exportação”, diz Ronaldo Carvalho, secretário-geral da delegacia sindical de São Paulo.

Ronaldo explica que, além da inspeção das cargas de origem animal e vegetal, os fiscais fazem o controle de pragas em madeira vinda do exterior. Neste sentido, a greve pode afetar também a movimentação de contêineres que são revestidos por madeira. “Pode ser que a carga não precise de vistoria, mas o material do contêiner precisa. Isso gera mais atrasos”, diz.


As principais reivindicações dos fiscais agropecuários são a reestruturação da carreira e a contratação de novos servidores por meio de concurso público. “Somos 3.246 fiscais federais no país inteiro. Precisamos de pelo menos mais 1,5 mil para atender a demanda do setor. Com essa força de trabalho, estamos chegando à exaustão”, disse Ronaldo.

Capital

Na manhã de hoje, a Agência Brasil acompanhou a movimentação do atendimento ao público na sede da Superintendência da PF em São Paulo. Os serviços de emissão de passaporte e registro de estrangeiros transcorriam com normalidade. A médica Renata Martinez surpreendeu-se com a rapidez do atendimento. “Estava marcado para 9h35. São 9h15 e já estamos de saída. Ontem eu liguei para confirmar o agendamento e me disseram que o serviço não seria alterado pela greve”, disse.

A auxiliar administrativa Eliane Ferreira procurou a PF para solicitar o registro de cidadania estrangeira e não teve problemas para encaminhar o processo. “Está tudo funcionando normal. Chegamos às 8 horas e já estamos de saída [às 9 horas]”, disse.

De acordo com a assessoria de comunicação da PF de São Paulo, são atendidas cerca de 3 mil pessoas diariamente na sede da superintendência. Foi informado que o órgão trabalha para que os serviços de atendimento ao público sejam mantidos com normalidade.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Federal de São Paulo, Alexandre Santana Sally, avalia que o grande número de funcionários terceirizados contribui para o menor impacto da greve dos policiais federais. Ele destacou, no entanto, que o movimento também está preocupado em minimizar o impacto para a população. “Estamos mantendo o efetivo de 30%”, disse.

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