São Paulo - A cidade de São Paulo enfrentava um segundo dia de transtornos nesta quarta-feira, devido a uma greve de motoristas de ônibus da capital paulista que deixava passageiros sem transporte para o trabalho e resultava em longos engarrafamentos na cidade, a 22 dias da partida de abertura da Copa do Mundo.
Grevistas bloquearam as entradas de garagens de algumas empresas de ônibus, afetando a circulação de coletivos em todas as regiões da cidade, de acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), autarquia municipal responsável pela gestão do transporte público por ônibus na cidade.
Os motoristas e cobradores de ônibus em greve também realizaram manifestações em diferentes pontos e bloquearam importantes vias da capital paulista. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, houve lentidão de até 89 quilômetros nas vias monitoradas durante a manhã.
Segundo a prefeitura, a paralisação dos ônibus não foi organizada pelo Sindicato dos Motoristas de São Paulo e contrariou uma decisão tomada coletivamente em assembleia da categoria, na segunda-feira, quando foi aprovada proposta de reajuste de 10 por cento no salário.
Os grevistas seriam dissidentes que não concordam com o acordo aprovado.
O movimento começou na segunda-feira e, segundo a Secretaria Municipal de Transportes estimou que a paralisação, prejudicou cerca de 230 mil pessoas que utilizam ônibus na cidade apenas no primeiro dia. Houve lotação no metrô devido à falta de ônibus nas ruas.
A greve dos ônibus em São Paulo acontece uma semana após paralisação de 48 horas de rodoviários no Rio de Janeiro, onde também houve enormes transtornos para a população. Na capital fluminense, grevistas e manifestantes ainda atacaram centenas de ônibus, de acordo com as empresas.
São Paulo vai receber no próximo dia 12 a partida de abertura da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia, na Arena Corinthians, construída em Itaquera, na zona leste.
No evento-teste realizado no estádio, no domingo, cerca de 90 por cento dos quase 37 mil torcedores usaram transporte público para chegar à arena, de acordo com o Comitê Organizar Local da Copa.
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1. Uberlândia (MG) - 2006
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1/3 (Daniel Nunes)
Única cidade com menos de um milhão de habitantes com BRT, a mineira Uberlândia, com pouco mais de 600 mil pessoas, tem um corredor de 7,5 quilômetros na Avenida João Naves de Ávila há seis anos. Outros municípios brasileiros possuem faixas exclusivas, mas não atendem a todos os critérios de um BRT. Levando o preceito de ser na superfície o que o metrô é abaixo da terra, até mesmo shopping em uma das estações o BRT de Uberlândia tem, o que deve soar familiar para moradores de São Paulo. A imagem ao lado mostra uma das vantagens do sistema: a acessibilidade. Deficientes físicos adentram o coletivo tão rápido quanto os demais passageiros, já que as estações são elevadas. O corredor deu tão certo que o governo já tem mais quatro projetos aguardando verba do governo federal.
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2. São Paulo (SP) - 2007
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2/3 (Wikimedia Commons)
Dominante em Curitiba, o uso do BRT em São Paulo não chega nem perto de fazer cosquinha no metrô: os 9,7 quilômetros do primeiro transportam 81 mil pessoas diariamente, segundo a SPTrans, enquanto os 74 quilômetros do transporte subterrâneo dão conta de 4,5 milhões de viagens todos os dias. Mas quando se trata de avaliação,
o único corredor BRT da cidade se sai até melhor. Na última pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), 81% dos passageiros acham o Expresso Tiradentes excelente ou bom, índice que cai para 74% no metrô. Os ônibus convencionais ficaram com 40%. O tempo de viagem entre o Terminal Sacomã e o Parque Dom Pedro II foi enormemente encurtado: caiu de 70 para 14 minutos, segundo a SPTrans. Em relação ao BRT “ideal”, o Expresso Tiradente perde apenas porque foi construído em via elevada. “Deveria ser na (altura da) rua, porque tem vantagem do ponto de vista da acessibilidade. Mas em relação a velocidade, o benefício foi plenamente atingido”, afirma Otávio Cunha, da NTU.
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3. Rio de Janeiro (RJ) - 2012
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3/3 (Divulgação/Facebook)
Como diz a máxima, quem ri por último, ri melhor. Quando se trata de BRT, o Rio de Janeiro pode ter chegado atrasado, mas saiu na frente na nova leva de munícipios onde o sistema está sendo implantado por causa da Copa. O Transoeste foi inaugurado em junho. O Rio segue as regras dos BRTs, a mais importante delas sendo as vias com ultrapassagem, que permitem a existência de linhas expressas e semiexpressas. Quem quer ir de uma ponta a outra o pode fazer sem demoras. Em
pesquisa realizada pelo Instituto Mapear, a aprovação chegou a 90%, resultado de
quem demorava até 2h30 no trajeto entre Santa Cruz e Barra da Tijuca e agora o faz em 40 minutos. Dentro dos ônibus articulados, uma gravação informa a próxima estação de parada, como em metrôs. Os GPS nos ônibus permitem que se saiba quando chegarão às estações, como em outros BRTs desta galeria. Mas o governo precisará resolver os atropelamentos, que têm sido constantes. Na capital carioca, mais três corredores estão em construção para serem inaugurados até o Mundial de 2014 e as Olimpíadas.