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Greve de aeroportuários acaba em Brasília e Guarulhos

Já os grevistas do terminal de Campinas, no interior de São Paulo, optaram por manter a greve por tempo indeterminado

Cumbica: segundo a Embratur, passar por SP significa mais horas para turista (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

Cumbica: segundo a Embratur, passar por SP significa mais horas para turista (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 18h53.

Rio de Janeiro - Os funcionários da Infraero nos aeroportos de Brasília, no Distrito Federal, e de Guarulhos, em São Paulo, suspenderam hoje a paralisação iniciada na última quinta-feira contra o atual modelo de privatização do setor. Já os grevistas do terminal de Campinas, no interior de São Paulo, optaram por manter a greve por tempo indeterminado.

Representantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) passaram o dia tentando negociar o fim da mobilização em Campinas. A recomendação era para que os funcionários voltassem ao trabalho e assim facilitar as negociações com o governo, que marcou para a próxima quarta-feira uma reunião com o Sina, no Palácio do Planalto.

O diretor financeiro e administrativo do Sina, Samuel Santos, acredita que o governo deva acatar algumas reivindicações que já vinham sendo exigidas pela categoria antes da greve, como as relacionadas à estabilidade dos trabalhadores da Infraero, data-base e equivalência salarial. "Acho que o saldo da mobilização foi positivo porque conseguimos que o governo voltasse a negociar", disse.

Os funcionários do aeroporto de Brasília foram os primeiros a suspender a greve, ainda pela manhã de hoje. No início da tarde, foi a vez dos trabalhadores do terminal de Guarulhos. Já em Campinas, os funcionários da Infraero estavam irredutíveis e não aceitaram colocar um ponto final na paralisação mesmo após o governo acenar com uma nova rodada de discussão com o sindicato.


O diretor de Administração da estatal, José Eirado, informou que, mesmo com a paralisação nos três aeroportos, não houve aumento nos números de cancelamento ou atraso de voos. Segundo ele, a greve atingiu com mais intensidade o transporte de cargas, especialmente no aeroporto de Campinas, que é especializado nessa atividade.

Como eles decidiram seguir com a paralisação adiante, a Infraero pretende montar uma força-tarefa para agilizar o embarque e desembarque das cargas em Campinas. Segundo ele, os prejuízos para a sociedade dessa paralisação ainda não podem ser mensurados porque tem apenas dois dias, mas, "serão visíveis à frente".

A greve tem por objetivo alertar a sociedade sobre os riscos que a transferência privada de atividades como segurança aeroportuária podem trazer ao setor. Para a categoria, o governo deveria privatizar apenas a área comercial dos aeroportos, deixando o segmento de infraestrutura nas mãos da União.

Pelo modelo de privatização anunciado o governo vai exigir investimento mínimo de R$ 13,2 bilhões no aumento da capacidade dos três aeroportos. Um terço desses recursos deverá ser gasto para equipar o sistema para a Copa. O prazo da concessão varia de 20 a 30 anos. A cifra foi fixada com base nos estudos econômicos que o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, entregou na semana passada ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Além do investimento, os consórcios vencedores terão de aplicar mais R$ 11,6 bilhões na manutenção da operação dos terminais. O grupo privado interessado no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, é o que terá de desembolsar mais: R$ 2,29 bilhões. O lance mínimo para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, é R$ 521 milhões. O mais barato é o de Brasília, R$ 75 milhões. O TCU tem 30 dias para analisar o material, mas o prazo pode ser postergado caso a documentação entregue pelo governo esteja incompleta.

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