Polícia se posiciona durante protesto contra a Copa do Mundo na Avenida Paulista, em São Paulo (Chico Ferreira/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 13h46.
São Paulo - A Polícia Civil paulista fez as duas primeiras prisões de black blocs em flagrante por associação criminosa na manifestação desta segunda-feira, 23, na Avenida Paulista. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 24, pelo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.
"É a resposta da lei para esses indivíduos", disse Grella. Segundo o secretário, eles estavam "incitando os manifestantes contra os policiais e foi necessária uma ação para conter os atos de violência".
O técnico em laboratório Fábio Hideki Harano, de 26 anos, e o professor Rafael Marques Lusvarch, de 29, foram presos por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) por volta das 19h. Fábio seria o líder dos manifestantes.
Ele foi abordado na Estação Consolação, quando, de acordo com a polícia, praticaria atos de vandalismo, com máscaras de gás, artefato incendiário (coquetel molotov), capacete e papéis com nomes de integrantes do grupo.
A PM precisou desfazer uma barreira humana de ativistas que tentaram impedir a prisão do técnico. Segundo a polícia, Lusvarch ficou alterado quando foi preso e agrediu uma cidadão, rasgando a sua camisa.
No momento da prisão do professor, um policial do Deic teria sido atacado por cerca de 20 manifestantes. Foi dele um tiro paro alto disparado na manifestação. A polícia, no entanto, entende que o ato foi de legítima defesa.
O caso foi registrado como incitação ao crime, associação criminosa, resistência, desobediência e posse ilegal de artefato.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, no lançamento do programa para reforço da segurança nas escolas pela PM, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) avaliou positivamente a ação da polícia. "Foi positivo, tanto é que não houve incidente. A polícia tem o dever de agir."
Grella classificou novamente como "equívoco" a demora de ação da PM no ato do Movimento Passe Livre na quinta-feira, 19. "Não vai se repetir."