Brasil

Gravação de dono da JBS sobre Temer abala meio político

A divulgação da notícia abalou o meio político em Brasília, levando líderes da oposição a falarem em impeachment do presidente

Presidente Michel Temer (Beto Barata/PR/Agência Brasil)

Presidente Michel Temer (Beto Barata/PR/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 17 de maio de 2017 às 23h03.

Última atualização em 18 de maio de 2017 às 10h07.

Brasília - Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou o presidente Michel Temer dando aval à compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, disse o jornal O Globo em seu site nesta quarta-feira. O conteúdo da notícia foi confirmado posteriormente por três fontes à Reuters.

A divulgação da notícia abalou o meio político em Brasília, levando líderes da oposição a falarem em impeachment do presidente.

De acordo com o jornal, a gravação feita por Joesley é parte de declaração que os controladores da JBS deram à Procuradoria-Geral da República em abril.

Em nota, Temer negou que tenha pedido pagamentos para conseguir o silêncio de Cunha ou que tenha autorizado qualquer movimento nesse sentido, mas confirmou o encontro com o empresário em março, no Palácio do Jaburu.

Veja abaixo comentários sobre a notícia:

DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (SP), LÍDER DO PT NA CÂMARA:

"Neste momento em que surgem essa gravações fica claro que esse governo não tem legitimidade para continuar governando. Chegou ao ponto final, o ponto final se não for dado por sua própria renúncia, que nós esperamos seja feita, será feito por esta Câmara e por este Senado através de um impeachment."

"Nós não aceitamos também que se resolva a questão da sucessão a esse governo por eleições indiretas. A posição do PTé de convocação de eleições diretas. O povo brasileiro tem que votar, o povo brasileiro tem que escolher."

SENADOR ROMERO JUCÁ (PMDB-RR), LÍDER DO GOVERNO NO SENADO:

"Considero que é uma denúncia de tantas que estão sendo publicadas de delações às dezenas. A consequência política é um embate político. Você está dizendo que a oposição está querendo fazer um pedido de impeachment. É uma discussão a ser feita."

"É prematuro qualquer comentário sobre qualquer coisa de investigação porque eu não conheço os autos, não sei do que se trata, não se sabe que tipo de fita é essa, que tipo de perícia, então não dá para comentar algo que a gente não sabe o que é, no escuro."

"As reformas serão votadas porque é uma prioridade do país. A questão é focar na recuperação do Brasil. A reforma trabalhista está caminhando bem aqui bem no Senado, a reforma da Previdência está evoluindo também ... portanto o cronograma das reformas continua."

DEPUTADO JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE), LÍDER DA MINORIA NA CÂMARA

"Nós temos três ações imediatas na oposição. A primeira delas é a renúncia. A renúncia deixaria o país mais tranquilo com a convocação de novas eleições."

"A segunda, a instalação da comissão de impeachment. Nós temos que imediatamente procurar o presidente da Casa, todas as lideranças, paralisarmos todas as votações da Casa. Isso é fundamental, a Casa não pode funcionar numa crise dessa dimensão e busquemos uma solução política para a crise. E a solução nãopode ser outra: é a convocação imediata de novas eleições."

"Eleição indireta nós não participaremos ...tem que devolver ao povo a escolha do novo mandatário da nação."

DEPUTADO EFRAIM FILHO (PB), LÍDER DO DEM NA CÂMARA:

"Acho que esse é um momento importante que o Brasil precisa parar, ter serenidade, para avaliar o que acontecerá daqui por diante num momento em que se aprofundarem as investigações, e buscar de forma rápida e imediata as respostas para a sociedade brasileira. O Congresso Nacional tem de ter essa responsabilidade."

"A investigação dos fatos irá dizer se houve qualquer infração à Constituição. E a partir daí, a Constituição tem que ser seguida com um rito que, por exemplo, foi submetida à presidente Dilma."

"Configurados fatos que representem crime de responsabilidade, é tarefa do Congresso Nacional dar continuidade a essas investigações e o Democratas cumprirá sua parte (sobre a possibilidade de seu partido indicar membros a uma eventual comissão de impeachment)."

"São duas agendas diferentes: as investigações e a agenda econômica do Brasil. E o Congresso Nacional terá de ter a maturidade e a serenidade para avaliá-las de formas diferentes, caminhando de forma paralela. Nós não podemos, o Congresso Nacional, deixar de olhar para o momento que o Brasil vive."

"O Congresso Nacional tem que ter a maturidade para assumir suas responsabilidades neste momento. "

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDelação premiadaEduardo CunhaJBSMichel TemerOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações