Brasil

Grande São Paulo será "dividida" para afrouxamento de quarentena

Cidade de São Paulo, que é o epicentro da pandemia no estado, tem 56.775 casos confirmados da doença e 3.719 mortes

São Paulo: comércio ainda permanecerá fechado na cidade (Germano Lüders/Exame)

São Paulo: comércio ainda permanecerá fechado na cidade (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 29 de maio de 2020 às 15h20.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 15h20.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira que a região metropolitana da capital paulista será dividida em cinco regiões de saúde dentro do plano de relaxamento da quarentena anunciada nesta semana, mas o governo estadual decidiu que nenhuma das cidades da Grande São Paulo poderá seguir a capital e reabrir comércio e shoppings neste primeiro momento.

O anúncio, feito em entrevista coletiva, atende parcialmente à reclamação de prefeitos das cidades da Grande São Paulo, considerada como uma só região no plano anunciado na quarta-feira e classificada na fase 1 do plano de relaxamento -- que não permite abertura de nenhuma atividade não essencial, exceto pela indústria e a construção civil.

Alguns prefeitos do entorno da capital argumentam que suas cidades têm índices de saúde e de combate à pandemia de covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, melhores que os da capital e reivindicam que seus municípios também entrem na fase 2 do relaxamento assim como a capital. O fato de isso não ter ocorrido deve gerar atrito com esses chefes de Executivo municipais.

"Dialogamos com cada um dos prefeitos explicando a necessidade de aumento da capacidade hospitalar dessas regiões. Nós vamos trabalhar em conjunto com os prefeitos. É esse o índice que está indicando que a região metropolitana deve melhorar para avançar à próxima fase", disse o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

"Não existe nenhuma alteração imediata de fase em nenhuma das cinco regiões da região metropolitana da região metropolitana de São Paulo", acrescentou.

A cidade de São Paulo, que é o epicentro da pandemia no Estado, que por sua vez é o epicentro do surto de Covid-19 no Brasil, tem, de acordo com o prefeito Bruno Covas (PSDB), 56.775 casos confirmados da doença e 3.719 mortes. A ocupação de leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) está em 79,7% -- índice que na véspera era de 92%.

Covas já adiantou que comércio e shoppings centers não reabrirão a partir de 1º de junho, quando começa o plano de relaxamento anunciado pelo Estado.

"Na cidade não reabre nada a partir de 1º de junho. A partir de 1º de junho a gente passa a receber protocolos setoriais", disse ele, acrescentando que somente a aprovação desses protocolos pelo governo municipal permitirá a reabertura.

Alguns consórcios intermunicipais que reúnem cidades da região metropolitana da capital manifestaram "indignação" com o fato de as cidades do entorno não terem sido contempladas com a possibilidade de reabertura, como ocorreu com a capital.

Representantes de consórcios como os do Grande ABC e do Alto Tietê --que engloba a região da cidade de Guarulhos-- afirmaram, quando o plano foi anunciado na quarta, que podem adotar medidas legais para que as cidades dessas regiões possam reabrir alguns setores na segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJoão Doria Júniorsao-paulo

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência