Grafite no Beco do Batman (Luciana Carvalho / EXAME.com/Site Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de abril de 2017 às 15h50.
Última atualização em 29 de abril de 2017 às 17h03.
São Paulo - O grafite voltou a colorir o único muro cinza do Beco do Batman, ponto turístico mais conhecido da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo.
Depois de resolver apagar, no dia 11 deste mês, os desenhos que fizeram sua casa, na Rua Gonçalo Afonso, se tornar uma das atrações do espaço, o aposentado João Batista da Silva, de 70 anos, liberou Binho Ribeiro, um dos artistas que haviam grafitado a parede há cerca de 20 anos, a criar uma nova obra, que já está praticamente pronta.
Inicialmente criticado pela decisão de apagar a arte original, em uma ação que parecia estar associada à política antipichação do prefeito João Doria (PSDB), Silva explicou que sua atitude tinha como pano de fundo o objetivo de protestar contra a situação dos moradores do beco - que sofrem com o barulho dos frequentadores dia e noite -, e não se posicionar contra a arte de rua.
"Tem noite que tenho de levantar duas ou três vezes para chamar a atenção do pessoal que fica por aqui, conversando, bebendo, sobre o barulho que estão fazendo. Às vezes sou atendido, outras não. Espero que toda essa repercussão dê algum resultado. Nós, os moradores, temos as nossas reivindicações também. Gostaríamos que a Prefeitura limitasse, por exemplo, a circulação das pessoas depois de um certo horário, para que a gente possa descansar", disse.
A nova obra tem uma carpa gigante, um crisântemo e a figura de uma mulher como destaques.