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Graça repete que Pasadena não foi um bom negócio

Ela ressaltou, entretanto, que essa análise de um "mau negócio" é feita apenas com os dados atuais

Graça Foster na Câmara dos Deputados: "na época foi um negócio potencialmente bom", afirmou (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Graça Foster na Câmara dos Deputados: "na época foi um negócio potencialmente bom", afirmou (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 13h12.

Brasília - A presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou a afirmar que a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, "não foi um bom negócio".

Ela ressaltou por diversas vezes, entretanto, que essa análise de um "mau negócio" é feita apenas com os dados atuais e que na época a estatal fez um projeto "muito razoável".

"Naquele momento (compra de Pasadena) a Petrobras fez um projeto muito razoável do ponto de vista econômico. No conjunto da análise não foi um bom negócio, mas na época foi um negócio potencialmente bom", afirmou a presidente da estatal, que participa de audiência na Câmara dos Deputados.

Segundo ela, não há previsão de novos investimentos na refinaria situada nos EUA por parte da Petrobras.

"Reverter prejuízos em Pasadena não é hoje a prioridade da Petrobras. Mais investimentos em Pasadena dependem de várias situações.

Graça também falou sobre a permanência de Nestor Cerveró (ex-diretor da área internacional da Petrobrás, responsável pelo resumo técnico que embasou a compra de Pasadena) na estatal.

Segundo ela, não poderia opinar sobre o tema. "Não posso responder porque Ceveró não foi demitido. Não fazia parte do conselho à época".

Questionada sobre a transparência dos níveis de produção da Petrobras, ela ressaltou que a estatal "não esconde queda de produção. "A Agência Nacional de Petróleo sabe exatamente o que estamos produzindo", afirmou.

Revisão das perdas

A presidente da Petrobras considerou que as perdas com a compra da refinaria de Pasadena, EUA, podem ser revistas "total" ou apenas "parcialmente", em audiência na Câmara dos Deputados.

"As perdas podem ser revistas total ou parcialmente. Até 2008, o negócio de Pasadena era potencialmente bom. Pós 2008, o negócio passa a ser de baixo retorno. As margens foram reduzidas e o mercado caiu, além disso não fizemos Revamp (modernização). O mercado também passou a comprar menos", afirmou.

Segundo a presidente da estatal, antes de 2008 havia lucro líquido principalmente por conta da produção do óleo leve.

Graça Foster informou também que entre 2006 e 2013 foram investidos na refinaria US$ 685 milhões em cima do valor da aquisição.

E comparou os valores aplicados em Pasadena com o que é feito nas refinarias do País: "Pagar US$ 86 milhões por ano em investimentos em Pasadena não é muito diferente aqui no Brasil."

Em parte da explanação, ela também ressaltou que desde o final de 2012 a estatal vem atendendo aos pedidos de órgãos de fiscalização para esclarecer a compra da refinaria de Pasadena.

"Estamos desde novembro de 2012 atendendo a órgãos de controle e requerimentos de informação. Temos um grupo dedicado a Pasadena para prover (informações) a todos os que questionam", afirmou.


Resultados

Após quase 40 minutos explicando a compra da refinaria de Pasadena, Graça apresentou aos membros da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dados sobre o desempenho da empresa.

De acordo com Graça, a Petrobras viu um crescimento de 41% na produção da área do pré-sal, classificada por ela como "uma realidade".

As reservas provadas, segundo a presidente, saltaram 27%, entre 2003 e 2013. "Temos volume potencialmente recuperável hoje de 27,4 bilhões de barris de óleo equivalentes", afirmou.

Ela também destacou que a entrega de gás natural cresceu 174% entre 2003 e 2014. "É um valor expressivo", resumiu. Sobre a produção de derivado, ela disse que a empresa produziu mais de 500 mil barris de petróleo por dia em refino com o mesmo número de refinarias, "um excepcional trabalho da equipe técnica da Petrobras".

Além do mais, ela disse que a estatal tem praticamente 100% do mercado da venda de derivados no Brasil.

Por último, Graça comparou os resultados da estatal brasileira com a de outras petroleira estrangeiras. O mercado da Petrobras cresceu 3% no último ano. "O lucro líquido da Petrobras entre 2012 e 2013 cresceu 11% em reais, enquanto que em dólares cresceu 11%".

A Exxon, segundo Graça, teve queda no lucro líquido de 27%, enquanto que a Chevron teve perda de lucro líquido de 18%. "O lucro dessas empresas caiu pelas razões que nos impactam também. Custos e queda da produção bastante expressiva dessas empresas".

Ainda segundo Graça, a Petrobras foi a empresa que mais investiu nos últimos dois anos, chegando a um total de US$ 91 bilhões. A Exxon, por sua vez, aportou US$ 82 bilhões, de acordo com a presidente da companhia.

Graça também afirmou que a Petrobras tem hoje uma dívida bruta de R$ 268 bilhões, mas que essa dívida tem por objetivo fazer a empresa "crescer".

"É dívida para produzir o que vamos estar produzindo. No plano de negócios e gestão não temos mais crescimento da dívida, porque a nossa produção de petróleo aumentou".

Ela previu ainda que em 2015 a empresa brasileira terá fluxo de caixa positivo, gerando mais receita do que o investimento aplicado.

E que 15 bancos acompanham a Petrobras, sendo que cinco dizem ao mercado para comprar ações da estatal e 10 falam para manter as ações.

"Eles estão vendo a produção crescer e sabem da importância da convergência de preços".

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