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Graça Foster reitera que Pasadena não foi bom negócio

A oposição reclamou do tempo gasto pelo relator, deputado Marco Maia (PT-RS), para interrogar a presidente


	Graça Foster: ela não quis se pronunciar sobre a nova prisão de Paulo Roberto Costa hoje
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Graça Foster: ela não quis se pronunciar sobre a nova prisão de Paulo Roberto Costa hoje (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 20h17.

Brasília - Sem apresentar fatos ou explicações novas sobre as denúncias de irregularidades na Petrobras, a presidente da estatal, Graça Foster, compareceu hoje (11) pela quarta vez ao Congresso Nacional.

Ela depôs na comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga a companhia, e voltou a detalhar os procedimentos técnicos da empresa e a forma como os investimentos são feitos.

A oposição reclamou do tempo gasto pelo relator, deputado Marco Maia (PT-RS), para interrogar a presidente.

Insinuando que a CPMI terminará sem resultados com tais procedimentos, o deputado Fernando Francischini (SDD-PR) chegou a comer uma pizza no plenário.

O clima de provocação também atingiu Graça Foster, que se emocionou quando foi questionada sobre eventual negligência nas previsões orçamentárias para a construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

A presidente da Petrobras foi perguntada sobre as declarações do ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, de que foi feita uma “conta de padeiro” para a construção da refinaria.

“Nós não podemos aceitar, definitivamente, algumas colocações de que a gente não tem procedimentos”, disse.

“Eu represento os empregados da Petrobras e sou a presidente deles. E nós não aceitamos que tenhamos feito contas de qualquer maneira", acrescentou.

Graça Foster não quis se pronunciar sobre a nova prisão de Paulo Roberto Costa hoje.

“Eu não tenho como me manifestar sobre isso. Eu quero o que é melhor para a Petrobras e para o meu país, porque a empresa está aqui nesse país. Eu quero que seja tudo passado a limpo, que seja tudo correto. E eu tenho a obrigação de colaborar com tudo isso”, disse.

Ela garantiu que “dedica grande parte de seu tempo” a ler e responder relatórios dos órgãos de controle e que aciona comissões jurídicas para analisar todos os contratos que tenham suspeitas de problemas.

Graça voltou a admitir que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não foi um bom negócio, mas disse que a proposta se mostrava boa no momento em que foi apresentada, observados o mercado da época e as condições da economia mundial. No entanto, segundo ela, após a crise de 2008, a situação mudou e o negócio deixou de ser vantajoso. “Olhando todo esse conjunto a Petrobras considera que não foi um bom negócio com as condições atuais”, reiterou.

A presidente da petrolífera também voltou a afirmar que, nas atas de reuniões do conselho de administração e da diretoria da companhia, não há evidências de que a cláusula que previa a compra de 100% da refinaria norte-americana foi discutida. Segundo Graça Foster, se os diretores tivessem conhecimento da cláusula, “teria tido uma grande discussão sobre o assunto”.

Embora tenha admitido que provavelmente a diretoria internacional – sob responsabilidade de Nestor Cerveró na época – soubesse da cláusula, ela disse que não é possível responsabilizar apenas uma pessoa pelo mau negócio, uma vez que ele “foi aprovado por unanimidade pela diretoria e também pela unanimidade pelo conselho de administração”.

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