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Brasil e Argentina se reúnem para fortalecer comércio

Governos se reuniram para fortalecer as relações comerciais bilaterais, afetadas pelas restrições às importações impostas por Kirchner


	Presidente Cristina Kirchner: comércio entre os dois países cresceu em 2013 e continua sendo favorável para o Brasil, que constitui o principal parceiro comercial da Argentina
 (LEO LA VALLE/AFP)

Presidente Cristina Kirchner: comércio entre os dois países cresceu em 2013 e continua sendo favorável para o Brasil, que constitui o principal parceiro comercial da Argentina (LEO LA VALLE/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 22h48.

Buenos Aires - Os governos de Brasil e Argentina se reuniram nesta sexta-feira em Buenos Aires para fortalecer as relações comerciais bilaterais, afetadas pelas restrições às importações impostas pelo Executivo de Cristina Kirchner.

Representantes das pastas de Indústria e Economia dos países se encontraram na capital argentina para "ter uma discussão genérica" sobre os problemas da relação bilateral dos dois países, explicou o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauro Borges, ao término da reunião.

Na reunião, realizada a portas fechadas no Palácio de Fazenda, participaram por parte da Argentina os titulares de Economia, Axel Kicillof, e de Indústria, Débora Giorgi, além do chefe de Gabinete do Executivo, Jorge Capitanich, enquanto Borges esteve acompanhado pelo assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

"O principal é que nosso comércio bilateral, que é um comércio de mais de US$ 30 bilhões, deve ser fortalecido", destacou Borges.

Não foram abordadas questões espinhosas, como a situação da indústria automotiva, apesar da recente chamada da presidente argentina, Cristina Kirchner, para estabelecer uma aliança estratégica com o Brasil que permita fortalecer o setor e diminuir a dependência das multinacionais estrangeiras.

"Não considero que o setor automotivo seja o mais delicado no comércio bilateral", opinou Borges.

O ministro brasileiro assegurou que se trabalha segundo o cronograma previsto, com "julho como prazo para a renovação do acordo" de exportações e importações automotoras entre os dois países, depois que o anterior caducou em meados do ano passado.

"Não temos uma varinha de condão para resolver todos os problemas", afirmou Borges, ressaltando que estão "apresentando um conjunto de possibilidades que devem ser tratadas tecnicamente".


O ministro antecipou que se trabalhará por setores, já que cada um tem suas particularidades, mas afirmou que ainda não há "detalhes de agenda" sobre as negociações.

O comércio entre os dois países cresceu em 2013 e continua sendo favorável para o Brasil, que constitui o principal parceiro comercial da Argentina.

Por sua parte, a Argentina é o quarto parceiro comercial do Brasil, após o bloco de países da União Europeia, China e Estados Unidos.

De acordo com dados oficiais, as exportações brasileiras para a Argentina cresceram 9% no ano passado, de US$ 17,998 bilhões em 2012 até US$ 19,615 bilhões em 2013, enquanto as importações procedentes do país vizinho aumentaram apenas 0,1%, até US$ 16,444 bilhões.

Isso permitiu que o superávit do Brasil em seu comércio com a Argentina saltasse 103%, de US$ 1,554 bilhões em 2012 até US$ 3,152 bilhões em 2013, e que a troca comercial subisse 4,8%, até US$ 36,078 bilhões.

Após o encontro, o ministro brasileiro adiantou também que os países do Mercosul (exceto a Venezuela, que não participa das negociações) apresentarão finalmente uma proposta conjunta sobre um potencial acordo de livre-comércio com a União Europeia.

Borges se mostrou satisfeito pela aproximação de posturas por parte da Argentina, país que tinha constituído o principal foco de reservas nas negociações com a aliança europeia.

Esta foi a primeira visita oficial de Borges à Argentina como ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, após a renúncia em fevereiro de seu antecessor, Fernando Pimentel, para concorrer ao governo de Minas Gerais nas eleições de outubro.

Borges destacou a importância de realizar sua "primeira visita ao exterior" como ministro em um país com tantos laços como a Argentina, e qualificou como "desinibidas" as relações com o Executivo de Cristina Kirchner. 

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