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Governo Witzel ignora pedidos de escolta de deputada ameaçada de morte

De acordo com a assessoria da deputada Talíria Petrone, ameaçada desde a morte de Marielle Franco, três ofícios já foram enviados ao governador do RJ

Talíria Petrone: a parlamentar já sofria ameaças de morte em 2018 (Cleia Viana/Agência Câmara)

Talíria Petrone: a parlamentar já sofria ameaças de morte em 2018 (Cleia Viana/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2019 às 15h58.

Última atualização em 27 de junho de 2019 às 17h30.

Rio de Janeiro — A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) voltou a ser vítima de ameaças de morte. Em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) obteve informações de conversas captadas na chamada "dark web", segundo as quais um plano contra a vida da parlamentar estaria sendo elaborado desde 2018.

Desde então, ela está sendo acompanhada por agentes da Polícia Legislativa em todos os lugares nos quais circula em Brasília.

Diante da gravidade do teor das ameaças, a própria Polícia Federal informou o caso ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que enviou um ofício ao governador do Rio, Wilson Witzel, solicitando proteção e escolta 24 horas para a parlamentar quando esta estiver no Rio.

De acordo com a assessoria de Talíria, o primeiro ofício de Maia foi enviado em 23 de abril. "Diante do silêncio do governador, o presidente da Câmara Federal enviou novo ofício, reiterando a solicitação, no dia 10 de maio. A bancada do PSOL também enviou ofício ao governador pedindo para tratar do assunto. Mas, até o momento, não há qualquer resposta sobre a solicitação", informou em nota oficial divulgada no fim da manhã desta quinta-feira, 27.

Até agora o caso estava sendo tratado com sigilo, conforme sugerido pelos órgãos de segurança. "Mas, devido ao total descompromisso do governo com a segurança de uma parlamentar federal, resolvemos trazer a público para buscar uma solução pública", justificou a assessoria da deputada.

O governo do Estado foi procurado pela reportagem, mas ainda não havia se posicionado sobre o assunto até a publicação desta matéria.

Talíria já tinha sofrido ameaças de morte em 2018, quando era vereadora em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

As ameaças vieram à tona depois do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), que era amiga pessoal de Talíria e companheira de partido.

Nota do governo do Rio de Janeiro

A assessoria de imprensa do governo do Rio de Janeiro enviou esta nota a EXAME em resposta à reportagem acima, da agência Estadão Conteúdo:

"O pedido da deputada federal Talíria Petrone de escolta pessoal, por 24h, pelo tempo que esta permanecer nos limites do Estado do Rio, foi tecnicamente analisado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo do Estado do Rio de Janeiro. 

Por se tratar de um pleito na esfera Federal, o gabinete concluiu que este deve ser verificado pela Polícia Federal e irá encaminhá-lo à Superintendência da PF no Estado do Rio de Janeiro. A conclusão está amparada no inciso III, do Art. 1° do Decreto Federal n° 73.332, de 1973, normatizado pela Portaria do Ministério da Justiça de n° 13, de 2001.

O GSI-RJ ressalta ainda que a parlamentar tem direito à proteção da Polícia Militar do Rio de Janeiro quando estiver no estado em missão oficial, assim como outras autoridades. O pedido deve ser solicitado com até 48h de antecedência, para ser autorizado pelo governador."

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