Brasil

Governo vence na Justiça e endurece com caminhoneiros

O governo obteve uma vitória na Justiça que ajuda a estratégia de reprimir o movimento dos caminhoneiros, que ainda paralisa estradas de ao menos 4 estados


	Caminhoneiros seguem com bloqueios em rodovias: no início da noite de sexta-feira, 27, o governo contabilizava 56 pontos de estradas paralisadas
 (Jornal Cidades – MG/Fotos Públicas)

Caminhoneiros seguem com bloqueios em rodovias: no início da noite de sexta-feira, 27, o governo contabilizava 56 pontos de estradas paralisadas (Jornal Cidades – MG/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 21h39.

Brasília - O governo obteve, na Justiça, uma vitória que ajuda a estratégia de reprimir o movimento grevista dos caminhoneiros que ainda paralisa as estradas de ao menos quatro Estados.

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu reverter em multas judiciais todas os autos de infração aplicadas aos caminhoneiros pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por obstrução das rodovias .

A AGU já obteve liminares em todos os Estados do País para a aplicação das multas, que podem chegar a R$ 50 mil por hora, como decidiu uma juíza da Bahia. Na média, essas multas variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

O governo também obteve liminares que permitem à Polícia Rodoviária Federal (PRF( e à Força Nacional de Segurança desobstruir qualquer estrada, federal ou estadual, em qualquer ponto do País.

Com isso, o governo acabou com a manobra dos caminhoneiros que faziam a paralisação em um ponto e trocavam o local da interdição assim que era expedida uma liminar de desocupação para aquele ponto, para não terem de pagar as salgadas multas.

No início da noite de sexta-feira, 27, o governo contabilizava 56 pontos de estradas paralisadas em quatro Estados - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. No dia anterior, eram 98 pontos em seis Estados. De posse desses dados, o governo reitera que o movimento está cedendo.

A presidente Dilma Rousseff está sendo informada da evolução da situação em todo o País e os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, foram destacados para acompanhar de perto e resolver os problemas que forem surgindo.

Os dois permaneceram na sala de crise do Ministério da Justiça até tarde da noite de quinta-feira, preocupados com as mobilizações em vários pontos. Só deixaram o local perto das duas horas da manhã de Sexta-feira.

Surpresa

Apesar do intenso monitoramento, alimentado também pelos órgãos de inteligência estaduais e federal, o governo foi surpreendido com a paralisação da Via Dutra, nesta sexta-feira, que provocou um enorme transtorno em São Paulo.

Preocupados com este novo problema, em um Estado onde bloqueios já não existiam mais, os dois ministros voltaram a se reunir na sala de crise da Justiça. O governo entrou em alerta depois que a categoria parou a principal ligação entre Rio e São Paulo.

Com o maior rigor para fazer pesar no bolso dos caminhoneiros, com aplicação das altas multas, o governo aposta que, aos poucos, as paralisações vão minguar. Mas ninguém quer arriscar fixar prazos, ainda mais que muitas lideranças começaram a se manifestar avisando que discordavam do acordo feito pelo governo com pessoas que não consideravam seus representantes.

A Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, informou ao jornal O Estado de S. Paulo que o balanço disponível no início da noite mostrava problemas concentrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

"A sensação dos inspetores de toda a Polícia Rodoviária Federal é de que o movimento está se esvaziando", disse Regina Miki, acrescentando que não há informações de que possam surgir novos pontos de bloqueios. "Estamos aguardando o retorno das rodovias liberadas em todo o país."

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosEstradasGovernoJustiçaSetor de transporteTransportes

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP