A presidenta Dilma Rousseff visita áreas atingidas pelas chuvas, no município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 12h06.
Rio de Janeiro - “Moradia em áreas de risco no Brasil é a regra, e não a exceção”, disse hoje (13) a presidenta Dilma Rousseff, na cidade do Rio de Janeiro, depois de sobrevoar os municípios da região serrana do estado castigos pelas fortes chuvas que já mataram mais de 400 pessoas. De acordo com Dilma, agora é preciso reconstruir esses municípios e, ao mesmo tempo, adotar medidas de prevenção em encostas para que não ocorram novas tragédias.
Dilma disse que o governo federal vai apressar a liberação de verbas para socorrer os municípios de Novo Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Sumidouro, os mais castigados pela enxurrada na região serrana. Segundo ela, em caso de calamidade, a União pode antecipar em até 50% o repasse de recursos para os municípios.
“O governo federal consegue acelerar o repasse, mas permanece a obrigação legal de prestação de contas [pelos municípios]”, afirmou a presidenta, em sua primeira visita oficial ao estado depois de tomar posse. Por duas horas, ela sobrevoou os municípios afetados pela chuva. Em Nova Friburgo, o mais castigo pela tragédia, a presidente caminhou por algumas ruas. “É de fato um momento muito dramático. As cenas são muito fortes. É visível o sofrimento das pessoas, o risco é muito grande.”
A presidenta concedeu entrevista coletiva depois de se reunir, no Palácio Guanabara, com o governador Sérgio Cabral, ministros e autoridades estaduais. Durante o encontro, eles discutiram uma estratégia conjunta entre a União, o governo do estado e os municípios afetados pelas fortes chuvas para socorrer as vítimas da tragédia.
Dilma anunciou total apoio aos municípios da região serrana. Segundo ela, o governo federal está ajudando o estado no socorro às vítimas e também vai colaborar na reconstrução das áreas destruídas pela enxurrada. A União, acrescentou a presidenta, antecipará o pagamento do Bolsa Família e do aluguel social às famílias atingidas pela tragédia.
A presidente reforçou a necessidade de o país investir mais em prevenção a tragédias ambientais. “A prevenção não é uma questão de defesa civil apenas. A prevenção é uma questão de saneamento, drenagem e política habitacional de governos que se comprometem com a qualidade de vida da população.” Dilma disse que o governo federal vai fazer, em parceria com os municípios e estados, uma política de saneamento e de habitação.
"Quando não há política habitacional, o pessoal que ganha até dois, três salários mínimos vai morar onde? Mora onde não pode, que são justamente as regiões desabitadas”, afirmou, referindo-se à ocupação de encostas, beiras de rios e outras áreas de risco pela população de baixa renda.
A presidente também destacou as ações do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área de habitação e disse que levará adiante programas como o Minha Casa, Minha Vida.