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Governo se prepara para vacinar população novamente em 2022, diz Queiroga

Ministro afirmou à CPI da Covid que ainda não há diretriz para estabelecer que o reforço será anual, como na vacina da gripe

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid  (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 8 de junho de 2021 às 18h24.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 18h29.

Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira, 8, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo se prepara para vacinar a população contra a covid-19 novamente em 2022. A pasta ainda não tem um posicionamento oficial sobre a necessidade de reforço anual, mas, segundo ele, “há uma expectativa” de que seja necessária uma aplicação extra no ano que vem.

Queiroga disse que, mesmo sem diretriz específica sobre o assunto até o momento, há contratos em negociação, de olho em 2022. "Muito provavelmente vamos precisar vacinar. Qual é a estratégia? Eu pessoalmente ainda não tenho ela tão clara para mim, mas já autorizamos e já está na iminência de ser firmado com a Moderna 100 milhões [de doses]", contou.

O ministro também disse que, no ano que vem, o Brasil terá autonomia no parque da Fiocruz para produzir vacinas. "E não vai haver esse retardo do IFA", afirmou, em relação aos recentes atrasos no envio de insumos para a produção de imunizantes, vindos da China. "Com outras farmacêuticas nós podemos trabalhar, como o próprio Instituto Butantan", acrescentou.

"O ano que vem será um ano em que a própria indústria farmacêutica vai produzir mais", apontou Queiroga. Perguntado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre o planejamento em relação à vacinação em 2022, ele afirmou que "são 100 milhões de doses da Moderna", que podem ser entregues no último trimestre deste ano, e que o governo tem conversado com a Janssen.

Randolfe perguntou ao ministro especificamente quantas vacinas estarão disponíveis em janeiro de 2022 para o reforço. "Precisamos ainda ter mais dados científicos. Por exemplo, se é só um boost ou se é só uma dose, se vai precisar ser com duas doses", respondeu Queiroga. Segundo ele, ainda "não há uma pacificação tão forte" sobre a necessidade de mais doses.

Vacina anual

“Estamos nos preparando para vacinar a população novamente em 2022”, reforçou Queiroga. Ele não soube dizer, no entanto, se será o mesmo esquema da vacinação contra a gripe, que acontece todos os anos. “Não sabemos ainda”, respondeu, ao ser perguntado novamente sobre o tema pelo senador Reguffe (Podemos-DF).

“A gente tem que se basear em dados científicos. Ainda não há. Mas, como a vacina da gripe, que vacinamos todos os anos, é possível que com a covid seja o mesmo cenário”, observou o ministro, reforçando que “ainda não há uma posição oficial” sobre o tema. “O que estamos tentando agora é vacinar este ano”, afirmou.

Queiroga disse que ainda não há previsão de diretriz do ministério para estabelecer que a vacinação será anual. “Ainda não está definido como diretriz. Há uma expectativa, baseada no que a literatura tem sinalizado. Muito possível que, no ano vindouro, nós tenhamos que vacinar a população de novo, já em outro contexto", explicou.

Em depoimento à CPI, em 27 de maio, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que será necessária a aplicação de uma terceira dose da vacina contra a covid-19. Segundo ele, todos os imunizantes deverão ter uma "dose de reforço", para garantir uma proteção maior em relação às novas cepas do vírus.

“Isso será necessário neste momento para todas as vacinas", afirmou Covas. Ele apontou que até a Pfizer estuda uma "dose de reforço". O motivo, segundo ele, não é apenas a duração da imunidade, mas também a existência de novas variantes do vírus. 

Segundo Covas, a vacina precisará ser reforçada com alguma periodicidade, estimada em um ano. "Tudo indica que haverá necessidade de doses anuais, que nós chamamos de doses de reforço, como acontece com a vacina da gripe, dado que essa infecção tem a possibilidade de se tornar endêmica", explicou.

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