Temer: a leitura é parte obrigatória da tramitação da denúncia antes que o documento seja enviado à Comissão de Constituição e Justiça (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2017 às 06h32.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 07h19.
A denúncia contra o presidente Michel Temer volta a tramitar nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, com a leitura em Plenário da acusação da Procuradoria-Geral da República.
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É necessário um quórum mínimo de 51 deputados federais para que a sessão seja válida. A Mesa Diretora tentou fazer a leitura do documento nesta segunda, mas havia apenas 23 deputados presentes.
Os parlamentares foram convocados nesta terça a aparecer às 11h30. A leitura é parte obrigatória da tramitação da denúncia antes que o documento seja enviado à Comissão de Constituição e Justiça, onde será redigido um parecer que recomenda o prosseguimento ou arquivamento.
Além da escolha do relator nesta semana, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) decidirá se haverá fatiamento da denúncia entre os dois crimes e seus respectivos envolvidos.
Há correntes de parlamentares que acreditam ser necessário avaliar a acusação de organização criminosa separado de obstrução de Justiça. A primeira envolve o “quadrilhão do PMDB na Câmara”, com todo o núcleo duro do partido e (hoje) do governo.
A segunda, foca nos áudios do empresário Joesley Batista, nas delações do grupo J&F e de Lúcio Funaro, que revelaram o acordo para calar o doleiro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na tentativa de se evitar acordos de colaboração com a Procuradoria-Geral da República.
A resposta de governistas virá na CPMI da JBS, que deve votar hoje a quebra do sigilo telefônico do ex-procurador Marcello Miller. Os deputados querem provar que ele orientou Joesley enquanto trabalhava ao lado de Janot.
A comissão deve aprovar também a convocação do procurador Ângelo Goulart Vilella, suspeito de receber propina para vazar informações sobre investigações ao grupo J&F.
Ele falaria aos parlamentares nesta terça-feira, mas o chamado foi adiado para quarta-feira, às 9 horas. Um gostinho do depoimento veio por meio da entrevista de Vilella ao jornal Folha de S. Paulo, em que acusa o ex-procurador-geral Rodrigo Janot de atropelo no processo de delação da J&F por ter “pressa” em derrubar Michel Temer para impedir a nomeação da procuradora-geral Raquel Dodge, sua rival na PGR. Em mais uma semana, o assunto Joesley promete colocar fogo em Brasília.