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Intoxicação por metanol: número de mortes sobe para dois em SP; entenda os riscos da substância

Autoridades alertam para risco de bebidas alcoólicas adulteradas, especialmente em bares e festas

Sistema de alerta rápido registra surtos inéditos de intoxicação alcoólica em ambientes sociais (Getty Images). (Getty Images)

Sistema de alerta rápido registra surtos inéditos de intoxicação alcoólica em ambientes sociais (Getty Images). (Getty Images)

Ana Dayse
Ana Dayse

Colaboradora

Publicado em 28 de setembro de 2025 às 10h10.

Última atualização em 28 de setembro de 2025 às 10h39.

O número de mortos por intoxicação causada por metanol subiu para dois no último sábado (27), segundo o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo. Os óbitos aconteceram em São Bernardo do Campo e na capital paulista.

O Sistema de Alerta Rápido (SAR), da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP), registrou, na sexta-feira (26),  que 10 casos de intoxicação por metanol estão em investigação no estado de São Paulo. O alerta é alto, visto que todos aconteceram em um período de 25 dias. O primeiro caso foi registrado dia primeiro de setembro.

Todas as ocorrências estão relacionadas à ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas.

Os casos foram inicialmente notificados pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas, e encaminhados ao Comitê Técnico do SAR. Segundo o órgão, o número de intoxicações por metanol é considerado fora do padrão, tanto pelo curto período de ocorrência quanto pelo desvio em relação a registros anteriores.

Na próxima segunda-feira, o comitê técnico do Sistema de Alerta Rápido do Ministério da Justiça se reunirá para acelerar as investigações dos episódios.

Intoxicação por metanol: como acontece?

Historicamente, o Ciatox registrava casos ligados à ingestão de combustíveis como o metanol, que causavam intoxicações, geralmente entre pessoas em situação de rua e contextos de abuso de substâncias.

Desta vez, a ingestão ocorreu em ambientes sociais, envolvendo diferentes tipos de bebidas, como gin, whisky e vodka, o que configura um registro inédito para o centro toxicológico. Há possibilidade de outros casos não notificados de intoxicação por metanol, já que nem todas as ocorrências chegam aos órgãos de vigilância.

A ingestão de metanol, mesmo em pequenas quantidades, pode causar efeitos graves e até a morte. O Ministério da Justiça e Segurança Pública alerta que adulterações desse tipo têm potencial de provocar surtos com múltiplos casos de risco e alta taxa de letalidade. As autoridades reforçam a necessidade de atenção da população, principalmente com o aumento do consumo de álcool no fim de semana.

Os sintomas da intoxicação por metanol podem surgir rapidamente, geralmente entre 6 e 24 horas após a ingestão, e incluem náuseas, vômitos, dor abdominal intensa, dor de cabeça e tontura.

Com a progressão do envenenamento, podem aparecer visão turva, alteração da acuidade visual e até cegueira completa, além de confusão mental, dificuldade respiratória e arritmias cardíacas. Casos graves evoluem para coma e falência múltipla de órgãos. Por isso, o tratamento rápido é a maneira mais eficaz de reduzir o risco de morte.

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