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Governo recomeçará contagem de votos para Previdência

Mansur evitou falar qual partido tem apresentado mais resistência à reforma, e disse que há questões desde o MDB até em legendas menores

Câmara: Mansur afirmou ainda que o texto que irá ao plenário da Câmara será aquele anunciado em dezembro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Câmara: Mansur afirmou ainda que o texto que irá ao plenário da Câmara será aquele anunciado em dezembro (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 20h39.

Última atualização em 30 de janeiro de 2018 às 22h07.

Brasília- Ainda estacionado na marca de 270 deputados favoráveis à reforma da Previdência, mesmo patamar que se encontrava em dezembro do ano passado, o governo retomou, com lideranças da base, a contagem de votos para a proposta, que tem votação prevista para a semana do dia 19 de fevereiro.

Governistas admitem que há problemas em todas as bancadas de partidos aliados, desde o MDB, partido de Temer, até em bancadas de legendas menores.

"Estou convencido, como estão convencidos os líderes, que essa aprovação (da reforma) é muito possível", disse a jornalistas o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, após reunião com lideranças da base na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Tenho uma confiança de que a aprovação é certa. Respeito a opinião da maioria de que ela é possível e que ainda existe um grande trabalho a ser feito" afirmou.

"Cerca de 270, nós entendemos, que temos esses votos já, digamos, garantidos... temos ainda um grande desafio para aprovar ainda no mês de fevereiro essa reforma", avaliou o ministro.

Ainda que deixem claro a disposição para dialogar, governistas saíram da reunião deixando claro que o texto a ser levado ao plenário da Câmara será aquele anunciado em dezembro, sem mudanças no tema de servidores públicos.

O vice-líder do governo na Câmara Beto Mansur (PRB-SP) lembrou, no entanto, que os parlamentares têm liberdade de alterar a proposta em plenário.

"Você tem problemas em todas as bancadas, desde a bancada do partido do presidente, que é o MDB, até as menores bancadas... em todo lugar você tem eventualmente um questionamento aqui e ali, uma indecisão aqui e ali, ou alguém que está contra verdadeiramente, que é uma coisa que respeito", afirmou o deputado ao deixar a reunião.

"É claro que o governo está aberto ao diálogo, até porque quem vai decidir a emenda aglutinativa dentro do plenário são os parlamentares. Agora, o governo não é o senhor da razão nesse processo, os parlamentares é que vão decidir", disse o vice-líder, que defende a votação da proposta na semana do dia 19 de fevereiro, mesmo que o governo não conte com os votos necessários para aprová-la.

O Palácio do Planalto batalha para obter os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara em fevereiro. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa de ao menos 308 votos favoráveis dentre os 513 deputados em dois turnos de votação. Depois, ainda precisa passar pelo Senado.

Documento obtido pela Reuters com uma fonte do setor privado mostra uma lista de quase 90 parlamentares que o governo vê como indecisos sobre a reforma. Fonte palaciana confirmou a existência da lista e a estratégia de ter a ajuda dos agentes de mercado e empresários no esforço pela aprovação da proposta. As duas fontes pediram para não serem identificadas.

Segundo Mansur, não foi feita uma contabilidade de votos na reunião desta terça-feira. O deputado calcula, no entanto, que há aproximadamente 270 votos favoráveis à PEC.

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