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Governo quer reduzir impostos federais do diesel, diz Ciro Nogueira

Nogueira disse que o governo de Jair Bolsonaro se preocupa em manter a estabilidade do país, fundamental para conter o avanço do dólar e evitar novas altas dos combustíveis

Ciro Nogueira: o ministro também ressaltou os obstáculos impostos pela necessidade de importação de cerca de 30% do refino do petróleo (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Ciro Nogueira: o ministro também ressaltou os obstáculos impostos pela necessidade de importação de cerca de 30% do refino do petróleo (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 10h19.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2022 às 19h37.

O diesel é o principal alvo do governo para conter a alta nos preços dos combustíveis, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. "A determinação é reduzir os impostos federais no que diz respeito ao diesel, que é o fator mais complicado. Sei que a população sofre com a questão da gasolina, mas o diesel é o que transporta os alimentos e as pessoas nas grandes cidades", declarou Nogueira em entrevista ao programa Canal Livre, da Band na madrugada desta segunda-feira, 7. "A ideia é darmos condições para que os governadores também reduzam, já que estão arrecadando tanto."

Nogueira disse que o governo de Jair Bolsonaro se preocupa em manter a estabilidade do país, fundamental para conter o avanço do dólar e evitar novas altas dos combustíveis. "Hoje temos um dólar que não deveria estar nesse valor. Era para estar abaixo de R$ 5, e acho que vamos chegar nisso. Passamos por muita instabilidade, muitos problemas, saímos do meio de uma pandemia" analisou.

O ministro-chefe da Casa Civil também ressaltou os obstáculos impostos pela necessidade de importação de cerca de 30% do refino do petróleo, atribuída à falha na conclusão de refinarias como a Abreu e Lima, em Pernambuco, e a Premium I, no Maranhão.

Segundo Nogueira, o país seria autossuficiente e estaria menos suscetível ao ambiente externo caso a Petrobras tivesse concluído essas obras.

Reforma tributária

Sobre o andamento da pauta das reformas, o ministro reforçou a necessidade de uma reformulação na área tributária, para combater "o sistema mais complexo e injusto do mundo". Nogueira afirmou que a politização do assunto impediu o avanço de uma solução no Congresso, mas prometeu a medida em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

"Aprovamos a reforma na Câmara, mas chegou no Senado e foi travada. Lá o governo tem muita dificuldade. A reforma tributária talvez seja a mais complexa de todas, porque envolve todos os poderes, interesses do empresariado, trabalhadores", disse o ministro. "Mas não tenho dúvida: se ganharmos a reeleição de Bolsonaro, ela irá sair no próximo governo. Teremos um sistema muito mais enxuto, que leve o país a uma perspectiva de crescimento, para que a população tenha justiça na hora de pagar impostos."

Nogueira garantiu também que a privatização da Eletrobras, atualmente em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), será concluída neste ano. Caso não haja investimentos no setor de energia, de acordo com o ministro, o país pode entrar em colapso.

Reajustes salariais

Ciro Nogueira afirmou que o governo ainda não chegou a uma definição sobre o reajuste salarial para o funcionalismo público mas admitiu que não há verba no Orçamento para um aumento linear a todas as categorias em 2022. O ministro disse que o aumento de benefícios dos servidores, como o vale-alimentação, é uma das alternativas cogitadas.

"Os servidores merecem aumento, é legítima a reivindicação. Mas se não tivermos responsabilidade quanto a isso, quem vai sofrer não é o funcionalismo, e sim os milhões de pessoas que estão passando fome. É difícil de sair, a não ser que tenha uma discussão de corte de gastos, que pode acontecer no Congresso", afirmou Nogueira.

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