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Governo quer reduzir dívida a 30% do PIB, diz Bernardo

Para o ministro Paulo Bernardo, a redução vai possibilitar a redução dos juros e o aumento do investimento público

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: dívida pode ser reduzia a 30% do PIB (Ricardo Moraes/Reuters)

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: dívida pode ser reduzia a 30% do PIB (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 10h42.

Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o futuro governo pretende reduzir a proporção da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) da atual faixa de 40% para algo próximo a 30%. "Pode chegar (a 30% do PIB) e isso vai possibilitando a redução dos juros e o aumento do investimento público", disse, durante o programa de rádio Bom Dia Ministro.

A intenção, segundo ele, é fazer com que os gastos correntes gradativamente representem uma parcela menor em relação ao PIB para os próximos anos. "Dilma disse que vai fazer esforço para diminuir dívida pública em relação a parcela do PIB", reforçou.

Ao término do programa, Paulo Bernardo disse, em rápida entrevista, que a desvalorização do dólar está prejudicando a balança comercial brasileira, pois torna as exportações menos competitivas. "De certa forma, há uma guerra comercial e temos feito esforço para não entrar nessa guerra comercial", afirmou.

Medidas fiscais

O ministro do Planejamento negou ainda que o governo esteja preparando um arsenal de ações a serem adotadas durante o novo governo da presidente Dilma Rousseff na área fiscal. "Não temos pacote de medidas fiscais a serem adotadas", garantiu. 

Segundo Bernardo, o governo está atualmente trabalhando para votar o Orçamento de 2011 até dezembro. "É o primeiro orçamento do governo Dilma e procuramos tratá-lo com muito cuidado para que ela tenha condições de executar o orçamento equilibrado, com possibilidade de fazer investimento", afirmou. De acordo com o ministro, em conversa entre os dois na última segunda-feira, esta foi a primeira pergunta feita pela presidente eleita. "Ela me perguntou se havia garantia do Orçamento", relatou.

O governo está empenhado, conforme Bernardo, em evitar que o Congresso aprove projetos que representem aumento de gastos ao fim do governo para o ano seguinte, pois isso criaria uma "dificuldade enorme" para Dilma. "Se precisar fazer alguma coisa que não seja popular para garantir austeridade, eu vou fazer porque não quero que ela tenha dificuldade no primeiro ano de governo", afirmou. Bernardo admitiu que o volume de restos a pagar que ficará para o governo Dilma "é grande", mas é compatível com o dinheiro em caixa e com a perspectiva de arrecadação. "Não teremos dificuldade com isso."

Em entrevista depois do programa, o ministro disse que a presidente eleita tem condições de cumprir a meta de superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de 3,3% sem usar abatimentos no próximo ano. "Ela tem condições, mas, quando assumir, o governo vai definir o que vai fazer", salientou. "O orçamento está sendo montado com essa perspectiva." Sobre a possibilidade de desbloqueio de despesas do Orçamento deste ano, Bernardo foi lacônico: "Se houver necessidade... mas não temos nada definido". 

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