Osmar Terra: "a pessoa tem que ter mais um ou dois anos do Bolsa Família até ter uma estrutura mais estável de emprego" (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 13 de março de 2017 às 14h33.
Rio de Janeiro - O governo federal vai lançar ainda neste mês um programa de "retenção" de beneficiários do Bolsa Família que consigam uma vaga no mercado de trabalho e passem a trabalhar com carteira assinada, disse nesta segunda feira o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra.
A ideia é que o benefício continuaria sendo pago por até dois anos para pessoas desde que a remuneração pelo trabalho não ultrapasse entre quatro a cinco salários mínimos, disse o ministro, acrescentando que, dessa forma, poderão manter o benefício aqueles que ingressarem no mercado de trabalho formal com salários dentro da média nacional.
Terra acredita que a medida deve reduzir a informalidade do mercado de trabalho no país, uma vez que, de acordo com o ministro, muitas pessoas não procuram uma ocupação porque temem perder o benefício do Bolsa Família.
"A pessoa tem que ter mais um ou dois anos do Bolsa Família até ter uma estrutura mais estável de emprego. Se ela depois perder o emprego, queremos que a pessoa volte instantaneamente ao programa", disse o ministro em evento no Rio de Janeiro.
"Hoje o Bolsa Família é a causa importante ou maior da informalidade, porque as pessoas temem perdê-lo se arrumarem um emprego e, se arruma, não quer assinar", acrescentou.
Outra proposta do ministério é oferecer aos cerca de 18 milhões de jovens do Bolsa Família, cursos de capacitação na área de informática e computação para facilitar a entrada no mercado de trabalho. O ministério pretende ainda premiar prefeitos que criarem condições para a saída de beneficiários do programa social.
Terra disse que desde o início do governo do presidente Michel Temer, cerca de 1,5 milhão de famílias deixaram o programa após uma reavaliação de critérios. Atualmente, o Bolsa Família atende cerca de 13,5 milhões de famílias.