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Governo quer contratar médicos cubanos para enfrentar coronavírus

Ministério da Saúde anunciou que pretende contratar até 1,8 mil médicos cubanos para ajudar no enfrentamento ao surto no Brasil

Mais Médicos: serão 5,8 mil contratações emergenciais para o coronavírus (Getty/Getty Images)

Mais Médicos: serão 5,8 mil contratações emergenciais para o coronavírus (Getty/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 16 de março de 2020 às 17h46.

Última atualização em 16 de março de 2020 às 23h16.

São Paulo — O Ministério da Saúde vai chamar médicos cubanos para voltar a trabalhar no Sistema Único de Saúde, pelo programa Mais Médicos, com o objetivo de enfrentar a crise do coronavírus. Até agora, já são 234 casos positivos para a doença no país e a expectativa é de aumento exponencial nas próximas semanas.

Para os cubanos, o processo será aberto somente após a terceira chamada de médicos brasileiros cadastrados no Conselho Federal de Medicina (CFM) que se inscreveram para o programa. No total, serão 5.811 vagas para contratação com previsão de início dos trabalhos em abril. A remuneração será de 12.000 reais e o contrato de um ano.

O edital para esse reforço de médicos foi aberto nesta segunda-feira, 16, e até o fim da manhã já tinha mais de 4.000 inscritos. Depois será feita uma análise dos documentos e então começarão as convocações. Esses profissionais deverão atuar em 1.864 municípios, além de 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).

Caso as vagas não sejam preenchidas por brasileiros nas duas primeiras chamadas, o governo vai abrir um novo edital para contratar médicos cubanos. Há 1.800 profissionais cubanos aptos para o trabalho, segundo o Ministério da Saúde. Eles precisam ser naturalizados, com pedido de refúgio ou com pedido de residência permanente no Brasil.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, vai se reunir com o CFM e a Associação Médica Brasileira, na terça-feira 17, para definir critérios e como será a validação dos documentos dos cubanos. Todo o trabalho de checagem será feito pelo CFM.

Em 2018, após eleito, o presidente Jair Bolsonaro impôs uma série de medidas para a permanência dos cubanos no programa Mais Médicos, o que levou Cuba a suspender a parceria e determinar o retorno de 11.000 profissionais. Alguns, no entanto, permaneceram no Brasil.

A medida sempre foi uma bandeira do presidente durante sua campanha eleitoral e, apesar de não ter apresentado provas, com frequência ele acusa os médicos de terem sido enviados, a pedido do PT, para criar “células terroristas” no Brasil.

No ano passado, o Ministério da Saúde lançou o substituto do Mais Médicos, chamado Médicos pelo Brasil. No entanto, o programa ainda não foi aprovado e não pode ser usado para a contratação emergencial para conter os efeitos do coronavírus.

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